Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, assegurou hoje que o Brasil não tem nada a esconder da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) quanto às suas instalações nucleares, localizadas em Resende, no Rio de Janeiro. Disse no entanto que o governo brasileiro prefere aguardar mais um pouco antes de assinar o protocolo adicional da AIEA, que prevê inspeções mais extensas no local, porque o Brasil não quer revelar, neste momento, aos técnicos da agência a tecnologia que o país desenvolveu recentemente.
"A nossa produção de urânio enriquecido é para fins pacíficos. Nós não podemos dispensar nenhuma fonte de energia", explicou o chanceler, ao conceder junto com o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, coletiva à imprensa, no Itamaraty.
Técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica vêm a Resende nos próximos dias fazer uma inspeção no local.
Colin Powell, que na sua visita ao Brasil também tratar sobre este assunto com o governo brasileiro, disse que os Estados Unidos não estão preocupados com o uso militar dessa produção pelo país. "Eu não tenho essa preocupação quanto ao Brasil. Não podemos falar do Brasil como se fala do Irã e da Coréia do Norte, que já têm armas nucleares", afirmou Colin Powell.