Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Cerca de seis mil pessoas participaram hoje da manifestação organizada pelo Movimento Grito dos Excluídos no Monumento do Ipiranga, em São Paulo. No início da manhã, cinco marchas saíram de pontos diferentes da cidade e seguiram em direção ao Monumento.
O Grito dos Excluídos acontece tradicionalmente no dia 7 de setembro e este ano a campanha tem como tema: "Brasil: Mudança para valer, o Povo faz acontecer". Participaram do ato representantes de diversos movimentos sociais, como grupos de luta por moradia, portadores de deficiência física, indígenas, mulheres, moradores de rua, além das pastorais sociais e centrais sindicais.
Segundo o coordenador do evento em São Paulo, Benedito Roberto Barbosa, as expectativas foram superadas. "Foi fantástico. Houve uma grande diversidade de grupos aqui. Principalmente nesse momento difícil para a cidade com o assassinato de moradores de rua e a impunidade", disse. Para ele, o ato é um momento importante para reflexão sobre a situação do Brasil. "Sobre a situação da exclusão, desemprego, pobreza e miséria que vivemos hoje no país".
Na avaliação de Barbosa, o Brasil vive um momento de euforia com a retomada da política econômica, mas isso não é suficiente. "O Brasil já viveu momentos assim de grande explosão econômica, mas sem divisão desse bolo. Nós queremos hoje a retomada do crescimento, mas também emprego, saúde educação e moradia. Queremos um Brasil diferente, mas sentimos nas ruas que isso está muito longe de acontecer", afirmou.
Aparecida do Norte
Em Aparecida do Norte, uma média de 60 mil pessoas participaram do ato, de acordo a coordenação do Grito dos Excluídos. Na avaliação de um dos coordenadores, Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, a população está consciente da necessidade de cobrar do governo. "Isso mostra que o povo está entendendo a proposta do movimento. O que precisa fazer agora é cobrar de verdade, dizer o que realmente quer. Precisa estar mais presente não só no dia do Grito".