Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC aprovou neste sábado (4), durante assembléia da categoria, um reajuste salarial de 10 % com base na proposta negociada com o Sinfavea, sindicato que representa os fabricantes de automóveis. Cerca de oito mil trabalhadores votaram a favor do reajuste que representa o acumulado da inflação de 11 meses (cerca de 6 %), de acordo com Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais aumento real para quem ganha até R$ 6 mil, acima desse valor, um fixo de R$ 600 será incorporado ao salário.
Segundo a assessoria de imprensa do sindicato, na convenção coletiva deste ano, duas cláusulas inéditas foram aprovadas nas negociações. A primeira refere-se a um limitador de horas extras, que deve motivar novas contratações. A partir de primeiro de janeiro de 2005, cada trabalhador poderá fazer até 275 horas extras por ano, ou 29 horas por mês. Cada hora que ultrapassar o limite terá um adicional de 75 %, de segunda-feira a sábado, e 130 % nos domingos e feriados.
A outra cláusula obriga as montadoras a contratar apenas empresas terceirizadas (restaurante, limpeza) que cumpram a legislação trabalhista. Os sindicatos irão fiscalizar.
A campanha salarial este ano ocorreu de forma unificada em todo o Estado. Além dos sindicatos de metalúrgicos filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) de São Bernardo do Campo e de Taubaté, participaram também as entidades que representam os trabalhadores de São Carlos, da Central Brasileira de Trabalhadores e Empreendedores (CBTE) e de São Caetano do Sul e Tatuí filiados à Força Sindical.