Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os empresários paulistas estão mais confiantes nos seus negócios. Esse otimismo, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), deverá continuar e se refletir no nível de emprego do setor.
Pesquisa da Fiesp, feita em julho com seus 64 sindicatos patronais, apontou que 77% dos empresários estão confiantes e 5% muito confiantes. Na pesquisa anterior feita em março, esses percentuais eram de 49% e 1%, respectivamente. Já em dezembro de 2003, quando a pesquisa foi feita pela primeira vez, 75% estavam confiantes. No caso do nível de emprego, 28% dos industriais prevêem aumento em relação a 2003, contra 14% em março e 17% em dezembro de 2003.
"O otimismo também atinge o emprego. Nós já temos no primeiro semestre um resultado muito bom de crescimento do emprego da indústria de São Paulo – cerca de 2% - e a indicação dos setores é que a maior parte deles mantém e até amplia esse mecanismo de contratação", afirmou o diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da Fiesp, Cláudio Vaz.
Segundo ele, as expectativas dos empresários estão ligadas aos aspectos econômicos que indicam crescimento do setor, como o aumento de 34% das exportações, o crescimento do mercado de bens duráveis (como eletrodomésticos e móveis) e as expectativas concretas de crescimento do setor de bens não-duráveis (alimentos, remédios e outros) no segundo semestre deste ano.
"As exportações claramente têm um desempenho extraordinário este ano. Um crescimento de 34% no primeiro semestre jamais foi esperado, mas nós também temos uma retomada do setor de bens duráveis, por conta do crédito", disse Vaz.
Segundo o diretor da Fiesp, o segundo semestre é tradicionalmente mais forte que o primeiro. "Por isso, é normal se supor que os bens não-duráveis possam se incorporar a esse crescimento, o que, até hoje, é uma expectativa e não uma realidade", afirmou.
Para Vaz, alguns fatores ainda ameaçam o otimismo dos empresários - como as conseqüências da elevação do preço do petróleo no mercado mundial - mas não deverão alterar o cenário posto. "A despeito de existirem riscos, é muito provável que o otimismo se mantenha e a realidade se mantenha", observou.