Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A criação de empregos formais é uma decorrência natural do crescimento da economia. É o que afirma o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Luiz Eduardo Parreiras. "Se a economia não cresce, a geração é de ocupações precárias, mas se a economia cresce, são as empresas que estão aumentando a produção e as vendas e contratam com carteira assinada", explicou.
Parreira destaca que é preciso esperar alguns meses para ver a tendência de crescimento dos empregos formais "se tornar mais nítida ainda". Ele lembrou que, no início da década, houve um movimento semelhante ao atual. "Tivemos em 2000 uma expressiva de criação de empregos formais também, porque foi o ano em que a economia cresceu como está crescendo novamente agora", afirmou.
A trajetória dos empregos informais também deve ser analisada para definir se o aumento é sustentado. "Daqui a alguns meses, nós vamos ver provavelmente até uma queda da informalidade – como aconteceu em 2000/2001 – e um crescimento muito mais expressivo ainda dos empregos formais", analisou.
Uma migração da informalidade para o mercado formal de trabalho também é uma possibilidade para o futuro, de acordo com o economista. "Nos próximos meses, provavelmente nós vamos assistir a esse fenômeno – uma passagem da informalidade para a formalidade. Isso se alcança quando o crescimento é sustentado e as perspectivas de sustentabilidade se apresentam nítidas na mente dos empresários", disse Parreiras.
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – realizada nas seis principais regiões metropolitanas do país – o número de empregos formais aumentou 3,2% em junho em comparação ao mesmo período do ano passado. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, totaliza a criação de 1,034 milhão de empregos formais nos primeiros seis meses do ano, destacando aqueles gerados no interior do país.
Para o economista do IPEA, os dados do IBGE comprovam que o aumento dos empregos no interior, indicado pelo Caged, está se expandindo para as regiões metropolitanas. "O crescimento da ocupação nas regiões metropolitanas já está acontecendo", disse.
"A taxa de desemprego caiu pelo segundo mês seguido, a ocupação está realmente extraordinária - com um crescimento de 3,3% em relação a junho do ano passado - e a tendência é esses números se mostrarem nítidos, inclusive nas regiões metropolitanas", prevê Luiz Eduardo Parreiras..