Brasília, 15/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participou hoje do Fórum Econômico Mundial, às margens do Mar Morto, na Jordânia. O ministro manteve também encontros bilaterais com o secretário de Estado americano, Colin Powell, com o secretário-geral da Liga Árabe, Amre Moussa, e com o Chanceler da Jordânia, Marwan Muasher.
De acordo com o assessor de imprensa que acompanha o ministro na viagem, o diplomata Heitor Granafei, no encontro com o secretário de Estado Powell, os ministros discutiram a situação do Oriente Médio e temas regionais, com destaque para o Haiti. Celso Amorim ressaltou que a participação do Brasil nas forças de paz nesse país está vinculada a um compromisso de longo prazo que permita resolver os problemas estruturais que estão na origem das cirses periódicas vividas pelo Haiti.
No encontro com o secretário-geral da Liga Árabe, o Chanceler Amorim tratou da preparação para a Cúpula América do Sul-Países Árabes. O encontro deu seguimento às conversas mantidas quando da participação do embaixador Amorim na reunião da Liga Árabe, no Cairo, durante o último fim de semana. O Secretário-Geral indicou que os membros da Liga acolheram com satisfação a iniciativa brasileira.O Chanceler considerou que os encontros possibilitaram um grande avanço na preparação da cúpula. Foi acordado um calendário de reuniões prévias, que será iniciado com uma reunião ministerial à margem da Assembléia Geral das Nações Unidas, em setembro.
O Chanceler da Jordânia, Marwan Muasher, transmitiu ao ministro Amorim seu entusiasmo com a Cúpula América do Sul-Países Árabes, e foi convidado a visitar o Brasil.
Fórum
No Fórum Econômico Mundial, o Ministro Celso Amorim participou do painel "Enfrentando os desafios reais". Participaram dos debates o Secretário-Geral da Liga Árabe, Amre Moussa, o Chanceler do Afeganistão, Sr. Abdullah Abdullah, o representante do Japão no G-8, Vice-Ministro Ichiro Fujisaki, a ministra delegada para Assuntos Europeus da França, Claudie Haigneré, a ministra de estado para o Oriente Médio do Reino Unido, Baronesa Symons de Vernham Dean, e o Vice-Presidente do Banco Mundial para o Oriente Médio e África Austral, Sr. Christiaan Portman.
Os debates concentraram-se nas questões do Oriente Médio. Os participantes discutiram o engajamento da comunidade internacional, tanto do ponto de vista político, com vistas a contribuir para a resolução do conflito, quanto do ponto de vista econômico, de forma a possibilitar o crescimento econômico e desenvolvimento da região. Discutiu-se a atuação do ‘Quarteto’ (composto por Estados Unidos, Rússia, Nações Unidas e União Européia), o chamado mapa do caminho e o papel desempenhado pelos Estados Unidos. Mencionou-se também os aportes financeiros realizados pela União Européia.
Em suas intervenções, o ministro Celso Amorim lembrou que o envolvimento internacional não deveria se retringir aos atores do mundo desenvolvido, como o G-8 e a Unão Européia, ali representados, e os Estados Unidos, mas poderia passar também pela cooperação sul-sul. Ele sugeriu um grupo de apoio ao Quarteto, que poderia ser formado por países em desenvolvimento, como o Brasil, a África do Sul e a Índia.
Do ponto de vista econômico, Amorim apresentou os esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fortalecer o intercâmbio comercial entre países em desenvolvimento, e mencionou a inicativa da realização da Cúpula América do Sul-Países Árabes.
Em réplica às palavras do chanceler Amorim, o secretário-geral da Liga Árabe ressaltou a importância da cúpula e a disposição dos países árabes de iniciar um estruturado processo de cooperação com a América do Sul. Em resposta às palavras do ministro Amorim, a ministra Symons, do Reino Unido, falou sobre a necessidade de dar maior representatividade ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, com a inclusão de grandes economias latino-americanas e asiáticas.