Brasília, 29/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que por enquanto não haverá intervenção do governo na Parmalat Brasil, que segundo ele, tem hoje cerca de 40 milhões de reais de dívida com os pequenos produtores brasileiros de leite. Durante três horas, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues esteve reunido com outros ministros, na Casa Civil, no Palácio do Planalto, para encontrar uma forma de cobrir o calote dado pela empresa italiana, a Parmalat Brasil.
O governo diante do pedido de concordata da Parmalat Brasil, que poderá gerar desemprego e a perda da produção do leite brasileiro, decidiu comprar mil toneladas de leite em pó que teria sido utilizada como forma de pagamento da Parmalat aos pequenos produtores brasileiros. Outra decisão do governo segundo o ministro Roberto Rodrigues, foi de aumentar a linha de crédito com mais de 100 milhões de reais, a juros de 8,75% para as cooperativas de pequenos produtores e quem não for de cooperativa terá uma média de juros especial.
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou que o governo pode fazer para dar fôlego ao setor leiteiro do país nesse momento é aumentar a linha de crédito para as cooperativas de pequenos produtores que hoje é de 200 milhões de reais para 300 milhões de reais. "Essa linha de crédito servirá para os produtores financiarem atividades deles na alternativa de não receberem o pagamento da Parmalat, ou comprar o leite em pó, ou subsidiar, ou financiar um programa de retenção de matrizes", disse Rodrigues.
Segundo o governo, essas medidas irão garantir a renda do produtor rural e a sua atividade. Quanto o que vai acontecer mais à frente, em relação a uma possível intervenção do governo, vai depender muito da decisão judicial sobre a concordata da Parmalat Brasil. "Quanto tempo demora isso, que tipo de ação o Judiciário vai fazer, no ponto de vista de comissariar alguém para ajudar administrar a Parmalat. Então há uma série de ações que ainda não estão claras, em razão pela qual o governo não pode tomar decisões além das que foram tomadas hoje", concluiu.