Rio, 12/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse hoje, que definitivamente o esforço fiscal não age contra as contas públicas e sim a favor. "Essa é a primeira questão cultural que nós temos que trabalhar de maneira muito forte no Brasil", recomendou. Palocci afirmou que esse diálogo é muito difícil no Brasil, porque as pessoas entendem que se está tirando recursos de investimentos sociais. "Ao contrário, é justamente com o ajuste que se garante os investimentos necessários para o país", lembrou.
Segundo Palocci, é preciso um mecanismo de superávit para ajudar que o ciclo de bons resultados se restabeleça de maneira consecutiva. "Nós temos que fazer um ajuste fiscal de longo prazo no Brasil, de muitos anos. Não quer dizer em um ano como esse, que tivemos que fazer um ano de restrição com inflação alta. Foi um ano bastante rígido. O ano que vem fazer 4,25% será muito mais fácil do que neste. No terceiro ano vai ser muito mais fácil do que no primeiro e no segundo. Mas é preciso fazer um esforço fiscal de longo prazo para que a nossa dívida vá lá para 45%, 40% ao longo dos anos e nós possamos buscar um país decididamente equilibrado, que toma recursos no exterior a taxas de juros baixos. Não podemos dar só uma melhorada na nossa dívida e esperar a próxima tempestade cair sobre nós. Até porque nos últimos oito anos caíram cinco tempestades", disse o ministro.
Palocci explicou que tem insistido no ajuste das contas brasileiras para evitar que todo o esforço seja em vão. "Certamente se nós fizermos um meio esforço, encontraremos mais uma tempestade pelo caminho e tudo voltará atrás e todo o esforço terá que ser repetido. Essa é nossa história recente".