Rio, 12/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse hoje que o governo fez um compromisso com o país no início do ano sobre a qualidade do ajuste que o Brasil precisaria fazer sem aumento de carga tributária. Ele lembrou que se o Brasil fizer repetir o que aconteceu nos últimos dez anos, de ajuste baseado em carga tributária, o país passará o que se pode considerar limite para a atividade econômica brasileira. "Acho que já atingimos esse limite, portando o nosso compromisso, não só da equipe econômica, mas muitas vezes repetido pelo presidente Lula, é que nós faríamos e faremos todo o ajuste durante todo o nosso governo sem se basear em aumento de carga procurando sempre fazer cortes de despesas. Por mais que isso custe politicamente, isso dá um resultado econômico mais significativo e de melhor qualidade".
Palocci acrescentou que este ano o governo no lugar de aumentar carga tributária promoveu corte de R$ 14 bilhões de gastos e isso resultou no mesmo período analisado em relação ao ano passado em uma queda da carga de 24,6% até o mês de outubro contra 22,97% do PIB neste ano.
O ministro da Fazenda afirmou que o Brasil já cresceu a taxas altas e baixas mas nunca conseguiu distribuir renda. "O Brasil não consegue explorar o que tem de mais positivo, que é valorizar a criatividade do povo e do empresário brasileiros e ser um país de oportunidades."
Para o ministro o governo, a exemplo de outros países da Europa, tem que interferir " de maneira sadia na distribuição de renda". Este fato, segundo o ministro é a questão nova no projeto de crescimento do presidente Lula. "É a decisão de que a questão da distribuição de renda tem que ser enfrentada.".
O ministro informou que alguns economistas já mostraram que se o governo interferir em torno de 10% no nível de distribuição de renda entre as classes do Brasil, isso significaria a mesma coisa que crescer 25 anos com uma taxa de 3% ao ano. " É um dado fundamental. Isso significa que se nós tivermos ação de governo vamos ganhar 20 anos de crescimento."
O ministro lembrou ainda a importância das reformas que estão sendo aprovadas no Congresso e reconheceu que a Tributária precisa ser completada.