Murilo Ramos e Marcos Chagas
Enviados especiais ao Oriente Médio
Líbano (Beirute) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu no Líbano direitos iguais para todos os países dentro das Nações Unidas. Em jantar no palácio Grand Serail, oferecido pelo primeiro-ministro Rafik Hariri, Lula ressaltou que as decisões do organismo internacional têm de ter o mesmo peso, seja para o Brasil, Estados Unidos, Israel ou Palestina.
"Somente quando todos os países do mundo respeitarem a ONU como centro democrático da humanidade, nós alcançaremos a paz. A única guerra que vale a pena é contra a fome e a miséria no mundo. Não tenho dúvida de que nesta guerra Brasil e Líbano estarão juntos", disse o presidente. No jantar foi servido café brasileiro.
Lula afirmou, ainda, que é desejo do Brasil participar ativamente da reconstrução do Líbano, em especial no setor de infra-estrutura, além de utilizar o país do Oriente Médio como porta de entrada a investimentos e ao comércio do mundo árabe. Salientou que os descendentes de libaneses no Brasil constituem importante parcela da população brasileira. "O povo libanês oferece, hoje, exemplo de espírito empreendedor que tão bem conhecemos no Brasil", reforçou.
Lula disse que os acordos assinados vão agilizar a cooperação no campo técnico, cultural, educacional e de turístico.
O primeiro-ministro libanês, por sua vez, convidou os brasileiros a conhecer e investir no Líbano, do mesmo modo que os libaneses fizeram no Brasil. Disse que o presidente Lula está conduzindo uma nova política externa para o Brasil, baseada nas relações com a África, Ásia e países europeus. "Diante dessa nova realidade nós nos prontificamos a aproximar o contato com o Brasil, bem como o mundo árabe. Explicou que não é possível que metade do mundo resolva os problemas enquanto a outra metada fica apenas olhando. Salientou algumas iniciativas do governo brasileiro no combate à miséria, tais como a idéia de impor uma taxa para o comércio de armas".
Crítica a Israel
Ainda durante o jantar, o libanês queixou-se do vizinho Israel. "O governo de lá ainda está criando e expandindo ocupações e pretende construir um muro para isolar as cidades palestinas. Ainda está ameaçando o Líbano e a Síria por supostamente estar ajudando grupos terroristas", afirmou