Raquel Ribeiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), avaliou, nesta noite, que apesar da aprovação da reforma ser uma vitória para o governo Lula não há porque comemorar o placar vencedor. "A reforma é necessária, mas não é algo para se comemorar", disse. O senador lembrou que a reforma é importante para garantir o equilíbrio das contas públicas e desarmar a "bomba-relógio" da Previdência Social no país.
O placar de 55 a 25 só foi obtido graças a treze votos da oposição. O líder do Governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), reconheceu que a base aliada no Senado não conta com votos suficientes para aprovar reformas constitucionais. "Os votos da oposição são necessários para aprovarmos reformas essenciais como essa. O processo de negociação foi demorado e precisamos aperfeiçoar a reforma para conseguir o apoio da oposição na votação de hoje. Esse governo negocia com a oposição", ressaltou.
Única petista a votar contra a reforma, Heloísa Helena (AL), garantiu que irá de "cabeça erguida" para a reunião do Diretório Nacional do PT, na qual o processo de sua expulsão será concluído. Mesmo com o voto contra, a senadora disse ter esperança de continuar no PT. "Espero não ser expulsa. Vou até o final do processo. Se alguém quiser me expulsar, vai ter que assumir e ir até o fim. Se alguém vai para o divã com dupla personalidade, não sou eu", disse.
Amanhã, os senadores votam os destaques ao texto principal. Esta será a última oportunidade de alterar o conteúdo da reforma, porque na votação em segundo turno apenas alterações na redação do texto podem ser feitas. Com o atraso de hoje, o segundo turno só poderá ser realizado a partir de 16 dezembro, o que significa que o Congresso Nacional terá que prorrogar seus trabalhos por pelo menos 15 dias para garantir a aprovação das reformas. Depois de aprovada em dois turnos, a reforma da Previdência será promulgada e passará a fazer parte do texto oficial da Constituição Federal.