Brasília, 17/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - A posição adotada pelo Brasil na reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada no último fim de semana em Cancún, no México, recebeu o apoio dos estudantes brasileiros. As duas principais entidades representativas dos alunos de ensino médio e superior - União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) – entregaram ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, uma carta com elogios à maneira como vem sendo conduzida a política externa brasileira.
Os estudantes se dizem satisfeitos pelo país ter adotado a independência e a soberania para lidar com assuntos importantes, que até pouco tempo atrás estavam inspirados numa base de "unilateralismo, intolerância, militarismo, intimidações e arrogância".
O presidente da UNE, Gustavo Petta, ressaltou que o grupo de países em desenvolvimento que o Brasil coordenou na reunião de Cancun conseguiu mostrar aos países desenvolvidos que tem força para lutar por seus interesses, em especial no comércio agrícola. "O Brasil conseguiu organizar um bloco importante para resistir a tudo isso, e para impedir também que a educação, a saúde e a água passassem a ser vistas como serviços a serem comercializados por países da OMC", completou.
O ministro agradeceu as homenagens e fez referências a importantes episódios da história brasileira em que os estudantes tiveram papel importante nas lutas por mudanças e na conscientização da população. Celso Amorim relatou sua experiência na política estudantil, quando, nos anos 60, participou do Centro Popular de Cultura da UNE. Sobre a reunião da OMC, ele disse que representou o início de um novo processo para a política externa. A união de países que detêm mais da metade da população do mundo pelos mesmos interesses "não foi um trabalho retórico; foi um trabalho paciente" desenvolvido pelo Brasil, disse o ministro.
Na carta assinada pelas entidades estudantis está expresso o apoio "à defesa dos interesses do Brasil, da paz, do multilateralismo e da solidariedade entre os povos".
Ao final do encontro, Amorim levou os estudantes para conhecer o seu gabinete e mostrou a eles algumas obras de arte e peças de mobiliário históricas que decoram o ambiente.