Brasília, 28/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ex-técnico da Seleção Brasileira de Futebol, Luís Felipe Scolari, disse que está vendo o governo Lula como a seleção. "Enfrenta dificuldades, tem muitas barreiras, tem que ter bom esquema tático e uma série de jogadas ensaiadas".
"Aos poucos ele dará os passos iniciais dos projetos, aos poucos a sua equipe vai assimilando que nós estamos num jogo espetacular, não de vitória imediata, mas de vitória no futuro. Espero que todos possam dar a sua contribuição para que nós tenhamos um Brasil melhor, não apenas no aspecto financeiro mas com a ajuda pessoal e envolvimento nos projetos para que possamos ter uma situação social bem melhor", disse Scolari.
O ex-técnico da Seleção Pentacampeã dirige agora a Seleção Portuguesa de Futebol e veio ao Brasil para uns dias de descanso. Ele fez visita de cortesia ao presidente do Senado, José Sarney, e ao ministro do Esporte, Agnelo Queiroz. E aproveitou para se colocar à disposição para qualquer projeto à favor do Brasil. "Eu tenho que retribuir um pouco, dar um pouco mais ao país, fui agraciado com todo o carinho de todas as pessoas", afirmou Scolari.
O ministro Agnelo Queiroz agradeceu a visita e disse que a oferta tem um significado muito grande por se tratar de um ídolo de destaque no nosso país. "Felipão é a referência da prática do esporte com competência e seriedade, um exemplo para os dirigentes, para os técnicos e para os atletas", afirmou o ministro Agnelo.
Ao falar das diferenças da seleção brasileira da portuguesa, "Felipão" disse que os atletas brasileiros são bem expansivos e mais relaxados, enquanto os europeus têm aspectos educacionais mais fortes, são mais disciplinados, o que o deixa mais tranqüilo. "Estou assimilando algumas coisas dos europeus que trabalham comigo e passando algumas coisas nossas, como ficarmos mais à vontade e sermos mais participativos", disse Scolari, adiantando que hoje 60% do ambiente de relacionamento com o grupo é muito parecido com o que tinha aqui no Brasil.
E disse estar muito feliz em Portugal, onde foi bem recebido e pretende ficar quatro ou cinco anos na Europa.
Sobre a Seleção Brasileira de Futebol, Felipão disse que a preparação é boa para enfrentar as eliminatórias a partir de 7 de setembro. "Acho que está tudo correto, dentro do trabalho idealizado pelo técnico Parreira, e agora é só uma situação de trabalho com os atletas, que não vai ser fácil. Sempre tivemos algumas dificuldades nas eliminatórias e não vai ser agora que será diferente", disse Scolari, explicando que houve um crescimento muito grande das outras seleções e hoje não dá mais para dizer qual é a melhor. "Não é porque o Brasil ganhou cinco campeonatos mundiais que ele é o melhor. Tem agora que mostrar de novo nas eliminatórias que é bom pois o que passou, passou, tem que começar tudo de novo" concluiu Felipão.
