Diretor diz que problema do BNDES é encontrar forma do país crescer

18/06/2003 - 20h07

Rio, 18/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O diretor financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Roberto Timótheo da Costa, disse hoje que o principal problema do banco não é a AES, empresa que tem uma dívida de aproximadamente US$ 1,2 bilhão com o banco, mas sim encontrar uma forma de fazer o país crescer.

Segundo ele, as altas taxas de juros cobradas pelos agentes repassadores dos recursos do BNDES é o maior entrave do crescimento. Num tom de desabafo, Timótheo afirmou que o banco se esforça para captar recursos e transferir o dinheiro para que este chegue às mãos do tomador com taxas competitivas, mas os agentes continuam cobrando taxas extorsivas na ponta.

Ele revelou que há duas semanas, numa negociação para empréstimo à Petrobras, o banco eliminou os intermediários da operação para garantir taxas mais atrativas para estatal.

Timótheo afirmou ainda que é preciso investir em infra-estrutura no país. "Não temos demanda do lado empresarial, que quer ver quem vai pedalar a bicicleta primeiro. Teria que ser o setor público, mas ele passa por restrições enormes e por isso não conseguimos emprestar para esse segmento".