Cristovam defende valorização do professor como forma de garantir o futuro do país

24/05/2003 - 17h44

Brasília, 24/5/2003 (Agência Brasil - ABr) - "Quem quiser olhar a cara do futuro, olhe para a escola pública. Se tivermos uma escola boa, bonita, agradável, onde os professores e alunos estiverem contentes, teremos um futuro justo e eficiente". A afirmação foi feita na manhã de hoje pelo ministro da Educação, Cristovam Buarque, ao abrir aula magna para dois mil professores de pedagogia, em Brasília.

Segundo o ministro, durante muito tempo não era óbvio falar que o futuro de um país era a escola, mas sim as indústrias, hidrelétricas, ou seja, tudo o que fosse visto como infra-estrutura e economia. "Felizmente isso está mudando. As pessoas estão vendo que o futuro está ameaçado pelas dificuldades e pela maneira como sistemáticos governos, ao longo de 500 anos no Brasil, não deram à educação pública a devida importância", destacou o ministro, completando que os verdadeiros construtores do futuro são os professores.

Cristovam comparou a escola com um jogo de futebol, que precisa de bandeirinhas, juiz e técnico para acontecer, mas onde quem faz o gol é jogador. "Na escola pública também é assim, ela não existe sem servidor, merendeira, vigilante, mas quem faz o aluno despertar e aprender é o professor", disse.

O governo federal, de acordo com o ministro, tem um sonho para a educação e que não será realizado no próximo mês ou no próximo ano, mas nos próximos 15, 20 anos. "Quando o Brasil estiver comemorando o segundo centenário da sua independência queremos que 100% das crianças estejam concluindo o ensino médio e que esse ensino seja feito por professores motivados, formados e remunerados como merecem", afirmou, dizendo ainda que não é possível dar aumento salarial aos professores sem ter em troca dedicação e formação.

O ministro lembrou ainda os três grandes eixos que resumem o programa para a educação do governo Lula: valorização, motivação e formação do professor; universalização até o final do ensino médio; e alfabetização tanto de crianças como de adultos. "Temos consciência de que quem faz a escola é o professor e sabemos que esse profissional precisa de três coisas para produzir bem: cabeça bem informada, coração bem motivado e bolso bem remunerado", concluiu o ministro.