Brasília, 20/5/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério da Cultura ouviu os representantes de cerca de 30 entidades cinematográficas em reunião no Salão Guimarães Rosa do ministério. Foram definidas três demandas básicas para as políticas públicas no área de audiovisual. A primeira é a transparência, principalmente na prestação de contas em relação ao patrocínio das empresas estatais direcionado à industria cinematográfica. A democratização dos espaços destinados à exibição dos filmes produzidos no Brasil foi outro ponto levantado pelas entidades. A regionalização da produção cinematográfica é também um dos pontos de consenso entre os cineastas.
Participaram da reunião o ministro da Cultura, Gilberto Gil, o secretário-executivo do MinC e o secretário de Audiovisual, Orlando Sena.
Em entrevista coletiva concedida logo após a reunião, o ministro Gilberto Gil disse que essas demandas "vêm como uma orientação para o Ministério da Cultura e para as outras entidades que lidam com a área audiovisual no Brasil". O ministro acrescentou que "não é papel do governo produzir cultura. Quem produz cultura é a sociedade. O papel do Ministério da Cultura é apenas o de traçar políticas de aplicação de recursos para a área".
Foi discutida ainda a questão da autonomia do cinema. O ministro disse que o cinema é um setor produtivo dependente de incentivos financeiros e que isso é bom no momento, mas que essa política deve ser revista para o futuro.
Wladimir Carvalho, cineasta brasiliense que dirigiu Barra 68, diz que se inicia hoje "uma nova etapa não só para o cinema, mas para a cultura brasileira".