Brasil quer reduzir trabalho infantil doméstico

17/05/2003 - 18h33

Brasília, 17/5/2003 (Agência Brasil - ABr) - "A sociedade precisa se mobilizar para que todas as crianças estejam na escola e que possam freqüentar programas sociais em horários alternativos à sala de aula, como cursos de língua estrangeira, teatro e dança".

A afirmação é do diretor de Planejamento da Organização Não-Governamental (ONG) Agência Nacional dos Diretos da Criança - Andi, Marcos Fuchs, durante Oficina de Análise de Mídia, que reuniu hoje, em Brasília, representantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), do Ministério Público, Ministério do Trabalho e ONGs, para discutir um programa de ação de comunicação para enfrentar o trabalho infantil doméstico.

Além de Brasília, serão realizados encontros, também, até o final do próximo mês, em Recife, Belém, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador e Manaus, cidades que se oferecem para trabalhar com mais empenho na erradicação do trabalho infantil doméstico.

A coordenadora do encontro, Daniela Rocha, disse que "a sociedade, o governo e os empresários, precisam se conscientizar de que o futuro do país depende de nós garantirmos todos os direitos das crianças agora". Ela lembra que no Brasil quase 500 mil meninas com idade de cinco a 17 anos trabalham como empregadas domésticas, o que só é permitido por lei a partir dos 16 anos, com carteira assinada.

O representante da OIT no encontro, Renato Mendes, informou que 13 países da América Latina e Caribe se reunirão em Cartagena, na Colômbia, de 4 a 6 de junho, para discutir os avanços da erradicação do trabalho infantil e fazer acordos políticos para enfrentar o problema. "O Brasil avançou 43% na redução do trabalho infantil doméstico, passando de 800 mil casos em l992 para 494 mil crianças no trabalho doméstico em 2001 e isto deve-se à mobilização da sociedade que pressionou o governo a adotar políticas para acabar com o trabalho infantil", finalizou. (Lourival Macedo)