Catalão (GO), 15/04/2003 (Agência Brasil - ABr) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou hoje a retomada da credibilidade da economia nacional frente o mercado internacional. Lula disse que, apesar da situação econômica brasileira ainda despertar cuidados, está "convencido de que a fera está sendo domada". Em discurso para uma platéia de cerca de 500 convidados, ele lembrou que ao tomar posse, recebeu um país totalmente desacreditado no exterior. "Nem na época da moratória do Sarney a situação estava tão ruim", disse.
Depois de pouco mais de três meses à frente do governo, no entanto, Lula celebra os resultados: a taxa de risco do país no exterior vem caindo gradativamente e o país volta a ser considerado local interessante para investimentos estrangeiros. "Certamente comemoraremos juntos quando o risco Brasil chegar a 600 (pontos) ou 500. Porque um país com o potencial agrícola, com o potencial tecnológico do Brasil não tem que oferecer risco a qualquer investidor estrangeiro", afirmou.
Parte da confiança no Brasil, segundo o presidente, foi conquistada num momento específico dos primeiros dias de seu governo: a reunião com os 27 governadores de Estado na Granja do Torto, em fevereiro deste ano. Lula fez um agradecimento especial ao governador goiano, Marconi Perillo por ter sido um dos primeiros a aceitar o convite do governo federal para o encontro.
Amanhã, o presidente volta a se reunir com os governadores para encerrar as discussões sobre as reformas tributária e previdenciária. Lula disse que espera amanhã a data final da entrega das propostas das duas reformas prioritárias do governo no Congresso Nacional. Na avaliação do presidente, com a aprovação das reformas os problemas do país podem não estar resolvidos de imediato, mas a longo prazo ambas vão garantir que os governos estaduais possam investir mais em áreas fundamentais, ao invés de terem que gastar grandes percentuais de recursos públicos com pagamentos de aposentadorias. "Quem sabe daqui a uma semana estaremos - eu, os 27 governadores, líderes do partidos, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e, quem sabe, mais algumas dezenas de pessoas - atravessando do Palácio do Planalto para o Congresso Nacional para entregar as reformas", disse o presidente.
O presidente ainda cobrou uma nova postura dos brasileiros para facilitar a retomada do crescimento nacional. Dos governantes, Lula quer empenho para elaborar propostas estratégicas, que tenham durabilidade e impactos mais duradouros que um simples mandato. Dos cidadãos, Lula quer confiança no país. "O Brasil precisa dar uma chance a si mesmo", resumiu. Para ele, nas poucas vezes em que os governantes brasileiros planejaram o país estrategicamente, o Brasil deu saltos de crescimento fundamentais. Foi o caso da "visão industrial de Getúlio Vargas; da "visão do plano de metas" de Juscelino Kubistchek e da "visão de longo prazo dos militares" durante a metade do tempo em que estiveram no poder. Raquel Ribeiro