Sistema de atendimento a vítimas de violência do DF pode ser modelo para o País

07/04/2003 - 20h48

Brasília, 07/04/2003 (Agência Brasil - ABr) - Representantes da bancada feminina da Câmara Legislativa do DF acompanhadas pela presidente do Conselho de Direitos da Mulher, vinculado à Secretaria de Ação Social do DF, receberam hoje da ministra-chefe da Secretaria de Políticas para a Mulher, Emília Fernandes, o desafio de apresentar um projeto piloto que possa ajudar a aperfeiçoar em todo o país o sistema de atendimento à mulher vítima de todo tipo de violência.

A ministra recebeu a presidente do Conselho de Direitos da Mulher, Tânia Queiroz e as deputadas Eliana Pedrosa (sem partido), Erika Kokai e Arlete Sampaio (PT), que a convidaram a visitar a Câmara Legislativa, as delegacias de atendimento à mulher e a casa abrigo, que funciona em local não divulgado, e que atende as mulheres que fazem queixas de violências e por isso se sentem constrangidas a voltar para casa.

Emília Fernandes prometeu fazer as visitas e quer que um projeto piloto, aperfeiçoado a partir da experiência desse tipo de assistência que já se pratica no DF, para ser irradiado para todos os estados e municípios onde, segundo afirmou, há muito o que mudar para melhor. Segundo a ministra, o ideal é que a mulher se sinta apoiada inteiramente nesse tipo de assistência, sendo atendida somente por mulheres quando fizer uma denúncia de maus tratos, para não se sentir intimidada e que passe por um trabalho de reintegração familiar e social, com os mecanismos que sua situação exigir. Ela acredita que o próprio coator da mulher poderá vir a ser atendido psicológicamente, quando sua ação envolver um estado patológico. "O importante", acentuou, "é que os agressores saibam que a mulher não é um ser isolado. Ela tem apoio do Estado contra a violência que vem sofrendo, em todas as classes sociais".

O trabalho de Emília Fernandes à frente da Secretaria de Políticas para a Mulher envolve bandeiras que ela já empunhava nas legislaturas passadas, quando senadora. Em projetos que apresentava ou nos discursos que fazia da tribuna, ela procurava defender o reconhecimento do direito de igualdade da mulher em aspectos mais amplos, inclusive no mercado de trabalho, onde a mulher sofre discriminações. Ela lembra que o papel da Secretaria é também levar à mulher um modelo de educação para que ela possa melhor se integrar ao mundo moderno, o que vai ajudá-la a superar com maiores facilidades as restrições que sofre.