Melhoria do saneamento reduz mortalidade infantil entre os índios

13/03/2003 - 22h00

Brasília, 13/3/2003 (Agência Brasil - ABr) - Dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), do Ministério da Saúde, indicam melhoria do saneamento básico nas comunidades indígenas e conseqüente queda na mortalidade infantil entre os índios. Em 2000, estimava-se 94 óbitos por mil entre as crianças indígenas menores de um ano. No ano passado, dados preliminares revelam queda de 43,4% no índice, que passou para 53,2 mortes por mil.

A melhoria no saneamento foi uma das mais importantes ações implementadas pela Funasa para a obtenção da redução no número de óbitos entre as crianças indígenas. Nos últimos quatro anos, foram construídos sistemas alternativos de abastecimento de água e melhorias sanitárias domiciliares, como instalação de vaso sanitário, tanque, pia e chuveiro, além de uma fossa, em 1.342 aldeias, beneficiando 193.173 índios. Este ano, serão iniciadas obras de melhorias sanitárias em 643 aldeias, abrangendo uma população de 110.880 indígenas.

Entre 2000 e 2002 foram capacitados 660 Agentes Indígenas de Saneamento (Aisan) para monitorar e operar os sistemas alternativos de água e esgoto construídos nas aldeias. Eles também orientam a comunidade sobre os benefícios do saneamento. Essas ações são implementadas pelo Departamento de Engenharia em Saúde Pública (Densp) da Funasa, que conta com a Coordenação de Saneamento e Edificações na Área Indígena (Cosan), responsável pela promoção do saneamento em áreas indígenas.

Outra experiência de sucesso foi a cloração simples da água para consumo humano com o objetivo de diminuir doenças de veiculação hídrica, tais como verminoses e diarréias e reduzir a mortalidade infantil. O projeto-piloto foi desenvolvido no Rio Grande do Sul, em parceria com o governo do Estado, beneficiando 12 aldeias das etnias Kaigang e Guarani, num total de 5.600 índios.

No Estado do Paraná, outro projeto-piloto utiliza o sal de cozinha na cloração da água, evitando o adoecimento das crianças indígenas. O sistema de cloração com sal de cozinha é utilizado em 15 aldeias e atende 5.971 indígenas. Outras 10 aldeais estão implementando o novo sistema, que vai beneficiar uma população de 2.608 pessoas.