Brasília, 30/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, anunciou hoje a criação do Conselho Nacional do Agronegócio (Consagro), composto por treze órgãos do governo e treze organizações da sociedade civil. O objetivo do novo órgão é elaborar uma política agrícola específica para o programa Fome Zero. As normas e regras estabelecidas pelo Consagro serão submetidas ao Conselho de Segurança Alimentar (Consea), ligado ao Fome Zero.
A participação do Ministério da Agricultura no programa lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva consiste, entre outras ações, em identificar as áreas agricultáveis próximas dos centros de demandas mais necessitadas e estabelecer as regras para que elas sejam implementadas. Para garantir os produtos destinados ao Fome Zero, será necessário acrescentar três milhões de hectares de área agricultável no país.
O ministro reafirmou que três milhões de hectares a mais implica em participação intensa de todas as cadeias produtivas do agronegócio no programa, incluindo mais produção de sementes, fertilizantes, defensivos, tratores, plantadeiras, colheitadeiras, caminhões, armazéns e embalagens. "Isto significa geração de milhares de empregos novos e numa massa salarial crescente, de preferência nas áreas onde há mais problema de pobreza".
Roberto Rodrigues disse que pediu a todas entidades representativas do agronegócio que trabalhem para o programa sob três vertentes: primeiro, atendendo a uma emergência, doando alimentos para dar início a um programa rápido de abastecimento das populações mais carentes; segundo, desenhando programas permanentes e sistêmicos de geração de ações contra a fome; e terceiro, apresentando propostas e projetos que possam vir a enriquecer o programa ou que já estejam sendo executadas na direção da erradicação da fome e da miséria. "Estas são as ações mais visíveis e imediatas que o Ministério da Agricultura tem em conjunto com o Fome Zero", explicou o ministro.
Ele ressaltou que o ministério tem alguns mecanismos que vão trabalhar fortemente no programa como linha auxiliar. É o caso da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que cuida da compra, venda e abastecimento de produtos agrícolas no âmbito governamental, e a Embrapa, que como órgão de pesquisa vai desenvolver projetos e programas voltados para a agricultura familiar, tendo em vista ações mais rápidas para a inserção no Fome Zero.