Vitória de atletas especiais representa superação dos limites físicos

05/01/2003 - 18h33

Brasília, 5/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - Vitória da superação dos limites físicos. Assim se resume a vida dos quatro atletas especiais vencedores da 33ª Corrida de Reis, realizada hoje de manhã em Brasília. Ariosvaldo da Silva, 26 anos, Antonio Oliveira Rodrigues , 30 anos, Eduardo Antonio Marreiros, 37 anos, e Maria Aparecida de Souza, 34 anos, cruzaram a linha de chegada, respectivamente, em primeiro, segundo e terceiro lugares masculinos e primeiro lugar feminino.

Maria Aparecida foi a única mulher a disputar a prova em cadeira de rodas. Ariosvaldo completou a corrida antes mesmo do primeiro colocado geral adulto, com 26 minutos. O vencedor Rômulo da Silva, do Cruzeiro Esporte Clube (MG), de 25 anos, chegou em 29 minutos e 39 segundos. A vantagem de alguns minutos se deve às descidas, feitas em alta velocidade pelos atletas "cadeirantes", como são chamados pelos organizadores da prova. Os três primeiros colocados do masculino especial tiveram poliomielite (paralisia infantil). Eles correm profissionalmente há oito anos, em Planaltina (DF), e não têm patrocínio.

Com Maria Aparecida, ocorre o mesmo. "Só tenho o patrocínio de Deus", disse a brasiliense que participou da sua 15ª Corrida de Reis de Brasília. Ela já venceu pelo menos 10 das provas que disputou. Vítima de uma deformação congênita, que a atingiu antes mesmo de nascer, Maria Aparecida usa cadeira de rodas só para correr. No dia-a-dia, ela usa um aparelho especial para se locomover "sou resultado de uma força de vontade que não dar para explicar", revelou emocionada. Alfabetizadora, ela está cursando o 1º ano de pedagogia na UNB.

O segundo colocado masculino especial Antonio Rodrigues, acha que os atletas especiais merecem mais estímulo. "Só os 3 primeiros recebem prêmio em dinheiro e é muito pouco. O primeiro colocado recebeu R$ 200,00, e o terceiro R$ 50,00. Deviam premiar até o 5º ou 10º colocado", queixou-se.