Polícia do DF vai encaminhar caso Pedrinho à Justiça

20/11/2002 - 11h02

Brasília, 20/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - A Polícia Civil do Distrito Federal obteve, ontem à noite, mais uma prova de que Vilma Martins Costa foi a raptora de "Pedrinho", em fevereiro de 1986. O irmão dela, Sinfrônio Martins Costa", depôs, pela segunda vez, e confessou que levou a irmã, de volta a Goiânia, com uma criança no colo, depois de esperá-la no estacionamento.

Em seu primeiro depoimento, Sinfrônio dissera que trouxera Vilma a Brasília e a teria deixado em ponto incerto, retornando em seguida a Goiânia. Agora, em depoimento colhido em sua casa, às 22h de ontem, perante o delegado Hertz Andrade, da Polícia Civil do DF, e a promotora Marta Maia de Menezes, da Circunscrição de Goiânia, ele mudou o curso das investigações, confirmando o que a Polícia já deduzira.

Dizendo-se "usado" pela irmã, Sinfrônio confessou que Vilma pediu para ele trazê-la a Brasília com o objetivo de entregar umas roupas que ela havia vendido; desceu do carro com uma sacola, e voltou - não sabe precisar quanto tempo depois - com a criança. Ele quis saber o que estava acontecendo, mas ela não deu explicações. Por isso, foram discutindo durante todo o trajeto de volta à capital goiana.

De acordo com entrevista do delegado Hertz Andrade, hoje pela manhã, na Delegacia de Polícia Especializada de Brasília, Sinfrônio afirmou que nada sabia sobre o rapto de Pedrinho. Portanto, não poderia fazer deduções, ligando a criança com o caso. O irmão de Vilma disse que só recentemente tomou conhecimento real do assunto, através da imprensa. Quanto à omissão da verdade no primeiro depoimento, "isso é comum", de acordo com o delegado Luiz Julião Ribeiro, que também acompanha os depoimentos. Às vezes, o parentesco estimula "vista grossa" num primeiro momento, como forma de preservar o outro - acrescentou.

Diante dessas circunstâncias, o diretor de Comunicação Social da Polícia Civil, delegado Miguel Lucena, disse que "o caso está encerrado" para a Polícia do DF, que amanhã deve encaminhar relatório circunstanciado das investigações ao Ministério Público.