Brasília, 20 (Agência Brasil - ABr) - Agricultores de nove assentamentos de reforma agrária na Bahia exportam, até o próximo dia 28, 15 toneladas de cacau orgânico - cultivado sem agrotóxicos - para a empresa suíça Benrain, fabricante de chocolates finos. A informação é da Cooperativa dos Pequenos Produtores e Produtoras Agroecologistas do Sul da Bahia (Coopasb), que é monitorada pela entidade ecológica internacional World Wilde Found (WWF).
O preço do cacau orgânico no mercado internacional é aproximadamente 40% mais elevado do que o convencional, segundo a cotação da Bolsa de Nova York. A expectativa de buscar esse mercado motivou o pequeno produtor, o Incra e as entidades parceiras na consolidação da agricultura orgânica no sul da Bahia a investir no setor.
No estado, trabalham com agroecologia os assentamentos Fortaleza; Cajueiro I e II; Tico Castro; Frei Vantuy; Cascata; Cachoeira Bonita; Liberdade e Vale do Rio de Contas, que contam com certificado orgânico concedido pelo Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural (IBD).
"Os resultados demonstram que há uma reforma agrária acontecendo com a participação dos trabalhadores, governo e associações da sociedade civil, produzindo alimentos saudáveis e preservando áreas de Mata Atlântica em reservas coletivas com aproximadamente 3.500 hectares", afirmou Luis Souza Souto, produtor e um dos sócios da Coopasb.
A agroecologia tem crescido em todo o mundo. Enquanto o manejo convencional utiliza agrotóxicos, empobrecendo o solo e gerando um produto de valor nutricional inferior, a agricultura ecológica combate as pragas, utilizando recursos oriundos do próprio ecossistema. São produtos com maior valor nutricional e comercial.