Brasília, 17 (Agência Brasil - ABr/CNN) - Soldados enviados pela Espanha retomaram a pequena ilha de Perejil, no Mar Mediterrâneo, que havia sido ocupada pelo Marrocos na semana passada. O ministro da Defesa espanhol, Federico Trillo, disse à CNN que uma unidade de elite comandou a operação, reocupando Perejil de madrugada sem que tivesse disparado um único tiro.
O governo de Marrocos reagiu e, atráves de nota do Ministério das Relações Exteriores, exigiu a retirada "imediata e sem condições" das forças espanholas de Perejil, "parte integrante do território marroquino".
Do tamanho de dois campos de futebol, Perejil fica perto do litoral marroquino e de dois enclaves espanhóis na costa norte desse país – Ceuta e Melilla – e tem sido objeto de disputa há dois séculos.
Na última quinta-feira (11), 12 soldados marroquinos desembarcaram na ilhota, fincando a bandeira nacional e dando início a um incidente internacional. O governo do Marrocos disse que pretendia usar Perejil como um posto de observação, visando a impedir que imigrantes seguissem ilegalmente da África para a Europa.
Seis soldados marroquinos foram detidos em Perejil e levados para Ceuta. Eles foram examinados por um médico, receberam café da manhã e, em seguida, foram enviados de volta ao Marrocos.
Desde o início da crise, a Espanha enviou navios de guerra à região e reforçou suas bases militares em Ceuta e Melilla.
Perejil está sob controle espanhol desde o século 17, mas o Marrocos insiste em que herdou a ilhota quando ganhou a independência, em 1956. A Espanha acredita que o Marrocos tivesse usado Perejil para chamar a atenção mundial para outras disputas entre os dois países, que são separados por apenas alguns quilômetros de mar.
Essas divergências incluem direitos de pesca, emigração feita ilegalmente da África para a Europa e o problema de Saara Ocidental – que foi anexado pelo Marrocos nos anos 1970 e onde as Nações Unidas defendem a realização de um plebiscito sobre a autodeterminação.
Freqüentemente, o Marrocos exorta a Espanha a entregar o controle de Ceuta e Melilla, mas os espanhóis alegam que os dois enclaves já lhe pertenciam séculos antes de o Marrocos existir como país.