Saddam Hussein: ''EUA não conseguirão me derrubar''

17/07/2002 - 10h48

Brasília, 17 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O presidente do Iraque, Saddam Hussein, disse hoje, em um pronunciamento transmitido ao vivo, que o governo norte-americano e seus aliados não conseguirão derrubar seu regime. Segundo Hussein, os iraquianos estão bem preparados e equipados para defender seu país de qualquer ataque militar. O discurso marcou o trigésimo quarto aniversário da revolução que levou o Partido Baath ao poder. As informações são da CNN.

"A Temmuz (Revolução de Julho) retorna para dizer a todos os tiranos e os opressores do mundo: Vocês não me derrotarão dessa vez. Nunca! Mesmo se vierem juntos, de todas as partes do mundo, e convidarem também todos o demônios para lhes apoiarem", afirmou o presidente iraquiano.

Essas declarações foram feitas em meio à crescente especulação de que os Estados Unidos possam utilizar seu poderio militar para tentar derrubar o regime de Bagdad.

Na semana passada, o presidente dos EUA, George W. Bush, disse que seu governo usaria todos os instrumentos à sua disposição para depor Saddam. Em janeiro, ele havia acusado o Iraque de fazer parte de um "eixo do mal" – juntamente com o Irã e a Coréia do Norte – por "apoiar atividades terroristas e desenvolver armas de destruição de massa".

O Iraque tem reiteradamente negado essas acusações.

O discurso de 40 minutos não fez menção às relações do Iraque com o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas ou a uma possível volta dos inspetores de armas da ONU. Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores iraquiano, Naji Sabri, e o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, não chegaram a um acordo sobre a retomada das inspeções de armas no país.

Autoridades norte-americanas acusam o Iraque de ter reconstruído as instalações de produção de armas de destruição em massa depois de dezembro de 1998, quando os inspetores deixaram o país, pouco antes de um bombardeio aéreo anglo-norte-americano.

Na segunda-feira (15), o Parlamento do Iraque aprovou por unanimidade o apoio às preparações militares para repelir um possível ataque dos Estados Unidos.