Malan diz que economia mundial vive clima de aversão ao risco

15/07/2002 - 18h09

Rio, 15 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse, há pouco, que o Brasil, assim como o resto do mundo, vive "um momento crucial" de aversão ao risco, apesar das diferenças no "aparato jurídico-institucional" entre Brasil e Estados Unidos no tocante ao mercado financeiro e aos problemas que desencadearam a crise de confiança nos investidores americanos.

Em discurso na posse do novo presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Luís Leonardo Cantidiano, Malan explicou que nos Estados Unidos o sistema de remuneração de executivos é baseada em grande parte nas opções de compra de ações e as auditorias empresariais têm funções diversificadas, prestando também outros serviços, ao contrário do Brasil.

O momento, disse o ministro, sugere que o Brasil repense suas estratégias para enfrentar as volatilidades, dividindo o trabalho em duas vertentes - uma internacional e uma doméstica.

Na frente externa, destacou, está inserida a participação da CVM em associações internacionais de reguladores do mercado financeiro. Já o esforço interno, segundo Malan, deve ser baseado em quatro pilares, sempre mencionados em seus discursos: a manutenção das três diretrizes principais da atual política econômica (câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e metas inflacionárias), consolidação do ambiente institucional político-administrativo, crescimento sustentado com ganhos de produtividade e o processo de melhoria das condições de vida da população brasileira.

Ao comentar a necessidade de responsabilidade fiscal, o ministro disse que esse compromisso precisa ser "crível". "Eu quero sublinhar a palavra crível, que significa responsabilidade fiscal". Alguns viram no comentário uma crítica indireta ao candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, que na sexta-feira, em Vitória, defendeu a renegociação de dívidas das prefeituras com a União.