Brasília, 15 (Agência Brasil - ABr) - A partir de amanhã, o governo federal inicia as ações coordenadas para desarticular o crime organizado no Espírito Santo. A data foi anunciada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, em reunião com o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Rubens Approbato, com o ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro e o secretário nacional de Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro.
Segundo Approbato, o presidente também garantiu que, em trinta dias, terá em mãos um relatório completo dos resultados das ações para ser apresentado à sociedade. O relatório é, na avaliação do advogado, peça fundamental para que a OAB reveja a decisão de não mais participar das reuniões do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH).
Por enquanto, a OAB mantém a posição de defesa pela intervenção federal. "A OAB não desiste de nada. Ela não tem poder de intervenção. Estamos inconformados porque achamos que a intervenção teria um caráter pedagógico ao mostrar que o governo está empenhado no combate ao crime organizado", disse.
Rubens Approbato informou, após o encontro com o presidente, que na próxima quinta-feira (18) reúne-se com entidades de defesa dos direitos humanos para avaliar a situação da violência no Espírito Santo. Na reunião no Palácio do Planalto, ficou definido que o ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, vai representar o governo federal no encontro.
Questionado sobre as declarações do governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira, de que a ação federal no estado será limitada e não vai abranger crimes comuns, Approbato considerou "muita ousadia". Para ele, tais afirmações levam a crer que o governador se tornou "refém do crime organizado" pois avalia que não existe mais diferença entre o poder paralelo dos criminosos e o poder público.
O advogado ainda demonstrou surpresa pelas declarações pois avalia que vão contra tudo o que o presidente Fernando Henrique afirmou na reunião no Planalto. Segundo ele, o presidente garantiu que "tudo o que acontecer no Espírito Santo, será de âmbito federal". Marcos Chagas e