Brasília, 15 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O governo da China alertou os Estados Unidos para não estimular o separatismo de Taiwan com promessas de apoio. Em um relatório recém-divulgado sobre a capacidade militar da China, o Pentágono afirmou que a rápida modernização do Exército de Libertação do Povo (ELP) estava oferecendo a Pequim "um crescente número de opções para intimidar ou atacar Taiwan". As informações são da CNN.
Após a vitória comunista na China continental, em 1949, os nacionalistas se refugiaram em Taiwan. Pequim considera o arquipélago uma província renegada e deseja reintegrá-lo ao restante do país, usando até mesmo a força, caso seja necessário. A China teme que uma separação permanente transforme Taiwan em uma base estratégica para os Estados Unidos, afirmou o Departamento de Defesa no texto.
Os Estados Unidos têm declarado que querem auxiliar Taiwan a manter sua capacidade de defesa, mas não são a favor de sua independência. O Pentágono indicou que Washington venderá armas sofisticadas ao arquipélago para ajudar a manter um certo equilíbrio de forças no Estreito de Taiwan.
Mas Kong Quan, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, disse em uma declaração que o Pentágono havia elaborado uma imagem distorcida do ELP, "cujo orçamento é o menor entre os principais países do mundo". O relatório, por sua vez, afirma que o orçamento anual de US$ 65 bilhões do ELP é o maior na Ásia.
Kong disse que Pequim estava perseguindo uma política de reunificação pacífica com Taiwan sob a fórmula "um país, dois sistemas". O porta-voz acrescentou que o relatório do Pentágono "enviava sinais errados aos separatistas de Taiwan" ao encorajá-los com as promessas de apoio norte-americano.
Hong Yuan, um importante especialista em Estados Unidos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, com sede em Pequim, disse que o relatório do Pentágono era um produto de "atenção hostil" e de uma "mentalidade de guerra fria". Hong foi citado pela imprensa chinesa afirmando que o relatório era "um pretexto para os Estados Unidos venderem armas avançadas a Taiwan, e que o negócio era um reflexo dos interesses do 'establishment' industrial e militar norte-americano".
As relações entre Pequim e Taipé têm estado relativamente tranqüilas nos últimos meses, com os dois lados buscando uma forma de implementar relações comerciais e ligações de transporte e correios.