Brasília, 10 (Agência Brasil - ABr) - Pesquisadores brasileiros começaram a realizar, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), os primeiros testes de qualificação da estrutura do minisatélite científico franco-brasileiro (MFB), programado para entrar em órbita em 2004, levando a bordo cinco experimentos brasileiros e outros quatro franceses.
O MFB é resultado de um acordo bilateral entre Brasil e França, coordenado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), que prevê a participação de cada país com 50% dos investimentos totais de US$ 11 milhões.
Cabe ao Brasil fornecer a estrutura do satélite MFB e ainda o controle térmico, a engenharia de sistemas e o suprimento de energia, através de painéis de energia solar e baterias.
A França, por meio do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES), se responsabiliza pelo sistema de controle de altitude (direcionamento do satélite em órbita), telemetrias e telecomandos e pelo computador de bordo.
O MFB será lançado num VLS1, o foguete brasileiro em estágio de qualificação. Quando estiver em órbita, o controle do satélite e a recepção de informações também estarão sob a responsabilidade dos especialistas brasileiros.
Para tanto, o INPE está instalando nova estação de rastreio, em sua unidade já existente nas dependências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal.
Segundo informações do diretor de Projeto Espaciais da AEB, Carlos Santana, a integração do satélite em terra, será feita em 2003, também nos laboratórios do INPE.
O MFB foi projetado para permanecer pouco mais de um ano em órbita baixa, a 750 km de altitude. O satélite pesa 100 quilos e estará estabilizado em três eixos, com precisão de apontamento para o sol em 0.5 graus e inclinação da órbita em 6 graus.
Os experimentos
O posicionamento do satélite permitirá ao Brasil realizar experimentos científicos como o APEX, que vai investigar partículas alfa, próton e elétrons na magnetosfera interior; o PDP, que vai medir densidade, temperatura e estrutura do plasma ionosférico na região equatorial; o CPL, para qualificar uma bomba capilar de troca de calor; o CBEMG, para estudo da ebulição em ambiente de microgravidade e, o FLUXRAD, para medir o fluxo solar e albedo.
A França enviará ao espaço experimentos como o THERME, sistema para medir a degradação de materiais no espaço; o DEBRIS, para medir a resistência de partículas em órbita baixa; o CHADDOC, uma bomba de troca de calor e, o MAGI, para qualificação de um giroscópio de fibra óptica.