Paulo de Tarso assume o Ministério da Justiça

10/07/2002 - 20h31

Brasília, 10 (Agência Brasil - ABr) - O novo ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ramos Ribeiro, assumiu o cargo hoje com a intenção de dar continuidade à luta contra a criminalidade. "O compromisso político que tenho é de não ficar refém do crime organizado", ressaltou. Para isso, ele pretende se reunir com governadores, secretários estaduais de segurança e demais autoridades para uma "cruzada cívica" contra a violência.

Advogado, Paulo de Tarso era secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, desde 1999. Ele substitui Miguel Reale Júnior, que se demitiu após a decisão do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, de arquivar o pedido de intervenção federal no Espírito Santo, encaminhado pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH).

Durante a cerimônia de transmissão de cargo, Paulo de Tarso afirmou que irá se reunir com seus secretários e assessores para definir as medidas que serão adotadas para garantir a segurança pública no Estado. Entre as medidas previstas estão a criação de delegacias especializadas da Polícia Federal, o aumento do efetivo da corporação e ações de inteligência da PF.

Ele não descartou a possibilidade de a intervenção ser novamente cogitada, mas lembrou que existem outras medidas a serem adotadas. "Não existe essa bipolarização entre a intervenção, que é uma medida de exceção, e a criminalidade. Existem centenas de medidas que podem ser adotadas dentro do Estado de Direito e preservando as instituições", afirmou. "Não se trata de ser a favor ou contra a intervenção, e sim de se verificar se existem condições para isso ou não", acrescentou.

Em discurso de despedida, Reale Júnior disse que saía com saudades do trabalho desenvolvido durante os três meses à frente do Ministério. O ex-ministro lembrou que foram priorizadas as ações de prevenção, tais como a transformação das escolas em centros comunitários, ao lado de medidas de repressão ao crime. Ele reafirmou que continua amigo do presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem recebeu, segundo ele, apoio em sua gestão.

O novo ministro agradeceu a confiança de Fernando Henrique ao indicá-lo "para levar adiante esse caminhão de esperança", referindo-se à pasta como "Ministério da Cidadania", acrescentando que a semente plantada por Miguel Reale com o compromisso ético, com a Justiça e o Direito irá prosperar, pois a sociedade clama por segurança pública, por uma sociedade mais justa.

Cecília Jorge, Débora Xavier e Iolando Lourenço