Paulo Renato empossa novo reitor da UFRJ

10/07/2002 - 14h08

Brasília, 10 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, empossou hoje o novo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o professor Carlos Francisco Theodoro Machado Ribeiro Lessa, que disputou a vaga com outros dois professores. Ele vai ocupar o cargo por quatro anos.

"Já fui reitor de universidade e acho o cargo difícil, até mais do que o de ser ministro da Educação. Espero que o professor Lessa possa avançar na gerência da universidade, que tem características peculiares, o que torna o desafio ainda maior, mas que, conseqüentemente, o prêmio também pode ser maior", destacou o ministro.

Segundo o ministro, A UFRJ é uma das universidades mais ricas do país em termos de patrimônio. "E tem também áreas de excelência na pesquisa e no ensino no país, o que a faz ser a melhor em determinados campos".

Paulo Renato informou ter solicitado ao novo reitor, um relatório abordando as dificuldades emergenciais de prevenção ou eliminação de fatores de risco que a universidade apresenta. Carlos de Lessa entregou o documento hoje, durante a cerimônia de posse. Entre os quesitos, estão as obras de recuperação dos sanitários, das coberturas e telhados, de recuperação e expansão da iluminação pública, recuperação da rede hidráulica, do sistema de distribuição de energia elétrica da Faculdade de Direito, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, entre outros. O relatório trás ainda o custo estimado para essas invenções, que seria um total de mais de R$ 14 milhões.

"Conversei ontem com o presidente Fernando Henrique, durante evento no Rio de Janeiro, disse que o professor Lessa traria o plano emergencial e que a minha proposta seria enviar um projeto de lei ao Congresso, pedindo abertura de um crédito especial para a universidade", explicou o ministro. Ele disse que o presidente concordou.

Para Paulo Renato, a Universidade Federal do Rio de Janeiro tem plenas condições de superar as dificuldades e se transformar em uma universidade modelo, exemplar para o Brasil.

O ministro ainda apresentou dados da evolução do ensino superior nos últimos sete anos, segundo os quais o corpo docente com doutorado aumentou de 45%, em 1994, para 63% em 2001. "Atualmente, 37% dos professores das universidades federais do país possuem o título de doutor, enquanto que em 1994, esse percentual era de 21".

O novo reitor afirmou que, ao assumir o cargo, passou a exercer simultaneamente três papéis: "primeiro, o de continuar a ser professor; segundo, o de ser voz da UFRJ para a sociedade civil e política e, terceiro, o de funcionário público, já que terá de cumprir as leis do país". Segundo ele, a administração da universidade começará com a restauração da normalidade da vida universitária. "É extremamente importante fazer com que os colegiados e a universidade funcionem na plenitude, que haja a construção das decisões por consultas em todas as instâncias que compõem o espaço universitário", afirmou.

O ministro Paulo Renato falou ainda a importância da conferência "Desempenho dos Professores na América Latina e Caribe: Novas Prioridades", que abrirá hoje à noite. Segundo disse, a formação dos professores no ensino básico é um tema universal, porque não são apenas os aspectos formais, mas a questão de conteúdo também. "Os professores precisam estar preparados e treinados e então é uma preocupação dos governos. É um problema geral na América Latina".

A qualificação dos professores brasileiros, de acordo com Paulo Renato, melhorou muito nos últimos sete anos em função de políticas específicas e outras ações. "Estamos com um número muito reduzido de professores leigos. Temos experiências muito interessantes de formação continuada e de treinamento continuado de professores", concluiu.