Brasília, 10 (Agência Brasil - ABr) - O ministro de Minas e Energia, Francisco Gomide, disse hoje, que apesar do racionamento de energia, o governo Fernando Henrique Cardoso é um marco na história do sistema elétrico brasileiro. A declaração do ministro Gomide foi feita durante a entrega do 4º Prêmio Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica). A Companhia Paranaense de Energia (Copel), pelo segundo ano consecutivo, é a melhor distribuidora de energia elétrica do Brasil.
Segundo o ministro, no sistema de energia elétrica, "o presidente Fernando Henrique Cardoso teve uma decisão de estadista que foi de modernizar o setor. E nem o apagão diminuiu a estratégia governamental para a área". Ele lembrou a "atuação decisiva do ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, na administração do racionamento".
Francisco Gomide disse que a "reforma do setor elétrico talvez não tenha sido um primor de privatização, pois começaram as vendas das distribuidoras e só dois anos depois, em 1997, foi criada a Aneel.
Começamos a privatizar o setor de geração, que ficou com modelos incipientes e, só em 2000, foi criado o Mercado Atacadista de Energia (MAE) que até hoje enfrenta problemas sérios".
Mas, destacou o ministro, que tudo isso não é apenas uma dificuldade brasileira. "Não há país que tenha modernizado o seu setor, sem que isso fosse um programa que levasse 10 anos com
problemas até, às vezes insuspeitos".
José Mário Abdo diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), disse na solenidade que, hoje, também apesar do racionamento, em termos de avaliação, "pode-se verificar que não houve descontinuidade da melhoria da eficiência da gestão de energia."Na sua opinião, "não houve o tão temido apagão e a falência do setor elétrico porque, nas dificuldades do racionamento, porque ocorreu um trabalho participativo entre Governo, sociedade e
distribuidoras de energia".
Orlando Gonzáles, presidente da Abradee, declarou em discurso na solenidade dos prêmios da entidade, que cada vez menos está havendo queda – interrupção – de energia aos consumidores. Segundo ele, as distribuidoras estão ligando anualmente cerca dois milhões de novos
consumidores ao sistema de energia, mas ainda falta ligar aproximadamente cinco milhões de residências localizadas especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país.
A Copel, além de ganhar o prêmio nacional, foi premiada também como a empresa de Melhor Gestão Operacional e melhor Gestão Econômica e Financeira. A Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig) ganhou o prêmio de melhor Qualidade de Gestão; a CPFL (Companhia Piratininga de Força e Luz) recebeu o prêmio melhor Responsabilidade Social; o prêmio Melhor Avaliação do Cliente foi para a AES Sul- Distribuidora Gaúcha de Energia S/A; Maior Evolução de Desempenho coube a Enersul (Companhia Energética de Mato Grosso do Sul); a escolhida como Melhor Distribuidora para a Região Nordeste foi a Energip (Empresa Energética de Sergipe S/A); e para as região Norte e Centro-Oeste, a Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul); para a região Sudeste, a Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina (MG). Para a
região Sul, a melhor distribuidora foi a Copel.
A Abadee realiza a pesquisa há quatro anos. São pesquisadas 44 empresas que atendem a 97% dos consumidores residenciais do país. A pesquisa é feita pelo Instituto Vox Populi.