Brasília, 3 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil precisa de uma exportação qualitativa, com agregação de valor para exportar mais e melhor. A afirmação foi feita hoje pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sergio Amaral, ao participar do encerramento do Primeiro Workshop sobre Comércio Exterior e a Marca Brasil, que começou na última
segunda-feira (1), na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
Na ocasião, o ministro informou que estão em andamentos projetos conjuntos do governo e da iniciativa privada para definir os meios pelos quais será promovido o salto qualitativo das exportações brasileiras. Ele explicou que essa promoção será feita pela via cultural e pela promoção comercial e da marca, principalmente nos países prioritários para o Brasil.
Será criado um conselho empresarial que vai definir gestões na área cultural, com destinação de parte de recursos da Lei Rouanet para eventos de promoção cultural no exterior. De acordo com a lei, o empresário desconta no Imposto de Renda o que investir em cultura.
Dentro de 30 dias, o ministro quer definir o conceito de marca, programação de treinamento para a promoção comercial com metas que devem ser cumpridas ainda neste ano. Sergio Amaral destacou que a intenção é que as embaixadas brasileiras e as agências do Banco do Brasil, no exterior, sejam transformadas em verdadeiras vitrines dos produtos brasileiros.
Para alavancar esses projetos, Amaral disse que já estão assegurados, para este ano, R$ 2 milhões do seu Ministério e mais R$ 2 milhões da Agência de Promoção das Exportações (Apex). Disse também que conta com outros recursos públicos e privados. "Não há problema de recursos até o final do ano", garantiu.
O ministro celebrou hoje a conclusão do acordo comercial com o México, após cinco anos de negociações. Ele reconheceu a preocupação com o país dos setores químicos e petroquímicos que aderiram ao acordo. Amaral explicou que o acordo dará preferência tarifária de 20% a 100% para 792 produtos, sendo 641 industriais (entre os quais tubos de TV e reveladores fotográficos) e 151 agrícolas (como soja, sementes e nozes).
No acordo automotivo que será renovado com o México (o acordo anterior venceu em maio), serão fixadas cotas de exportação de 140 mil automóveis no primeiro ano; de 165 mil, no segundo; de 185 mil, no terceiro; e de 210 mil, no quarto; com liberação de cotas no quinto ano.
O ministro informou que o México é hoje o quarto país importador do Brasil, maior até que a Argentina. Segundo ele, o volume de negócios entre Brasil e México foi de US$ 1 bilhão, no primeiro semestre deste ano, com saldo favorável ao Brasil de US$ 713 milhões, representando um crescimento de 17% em comparação com igual período de 2001.
Amaral observou que o saldo comercial com o México foi alcançado sem aumento das exportações e fora do acordo. Ele informou que em agosto uma missão de empresários brasileiros visitará aquele país.
O ministro acrescentou que permanece a meta de US$ 5 bilhões para o superávit da balança comercial para este ano. Na sua avaliação, a meta poderia chegar a US$ 8 bilhões, se não fosse o déficit do Brasil com a Argentina, que alcançou US$ 1,5 bilhão, no primeiro semestre.