Rio de Janeiro, 26 (Agência Brasil - ABr) - A taxa média de desemprego aberto, medida pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas do país, subiu para 6,8% em janeiro - resultado 1,2 ponto percentual superior aos 5,8% relativos à taxa de dezembro do ano passado e 1,1 ponto percentual acima dos 5,7% relativos ao desemprego aberto de janeiro de 2001.
Os dados são da Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Segundo o IBGE, a alta entre o final do ano passado e o início deste ano é conseqüência da sazonalidade do período, que levou ao aumento do número de pessoas procurando trabalho na virada do ano. No mesmo período, caiu expressivamente o número de pessoas trabalhando no comércio, setor que gera postos de trabalho temporários nos últimos meses do ano. Houve também uma queda significativa do número de trabalhadores na construção civil.
No comércio a taxa passou de 5,8% para 8,1%, e na construção civil de 6,5% para 8,9%. Segundo o IBGE, entre dezembro e janeiro a taxa de desemprego aumentou tanto para os homens (de 5,3% para 6,5%) quanto para as mulheres (de 6,1% para 7,3%). Em relação às regiões metropolitanas, a taxa de desemprego aberto aumentou significativamente em cinco das seis regiões pesquisadas. A exceção foi Recife, onde o indicador passou de 5,9% para 5,7.
Embora a sazonalidade provocada pela virada do ano tenha elevado a taxa de desemprego aberto em mais de um ponto percentual, entre dezembro de 2001 e janeiro de 2002 no ajustamento do índice (descontados os efeitos sazonais), houve queda nos índices de desemprego para o total das seis principais regiões metropolitanas do país. Segundo o IBGE, depois de ajustada a taxa de desemprego no primeiro mês do ano caiu para 6,7%, depois de ter fechado dezembro em 7,0%.
O número de pessoas desocupadas (não trabalhando e procurando trabalho), na semana anterior à pesquisa, aumentou 23,2% de dezembro de 2001 para janeiro de 2002 e 22,4% de janeiro de 2001 para janeiro deste ano. Ainda assim, o tempo médio de procura de trabalho em janeiro deste ano foi de 21,5 semanas, inferior ao dezembro (24,0 semanas) e superior ao de janeiro do ano passado (17,4 semanas).
De acordo com o IBGE, o número de pessoas trabalhando em janeiro de 2002 caiu 0,4% em relação ao mês anterior e cresceu 0,3% em relação a janeiro de 2001. De dezembro de 2001 a janeiro de 2002, houve queda em Belo Horizonte (-2,2%), no Rio de Janeiro e em Salvador
(-0,7%) e em Recife (-0,3%). Em São Paulo e Porto Alegre a variação não foi inexpressiva (0,1%).
Considerando os setores de atividade, contribuíram para a redução as variações na construção civil (-8,2%) e no comércio (-5,1%). Houve crescimento nos serviços (1,1%) e na indústria de transformação (0,5%). Em relação às categorias de ocupação, caiu o número de pessoas trabalhando por conta própria (-3,2%) e o de empregados com carteira de trabalho assinada
(-0,2%). O número de empregadores aumentou 4,0% e o de empregados sem carteira de trabalho assinada 0,9%.
De janeiro de 2001 para janeiro de 2002, Porto Alegre (3,6%), Recife (3,4%), Belo Horizonte (0,7%) e São Paulo (0,1%) contribuíram para o aumento da ocupação. Salvador (-3,7%) e Rio de Janeiro (-0,3%) tiveram queda. Dentre os setores de atividade, o número de trabalhadores cresceu nos serviços e no comércio (em torno de 1,5%).
A construção civil e a indústria de transformação apresentaram queda (-9,3% e -1,9%, respectivamente). Com relação às categorias de ocupação, foi maior o número de empregados com e sem carteira de trabalho assinada (1,0% e 3,7%, respectivamente) e menor o de pessoas que trabalharam por conta própria (-3,8%) e de empregadores (-2,2).
O rendimento médio do trabalhador nas seis principais regiões metropolitanas do país fechou 2001 com uma queda acumulada de 3,9%, em relação aos 12 meses de 2000. Segundo o Instituto, o rendimento médio nominal das pessoas ocupadas, referente a dezembro de 2001, foi de R$ 803,45, o equivalente a 4,5 salários mínimos.
De novembro para dezembro do ano passado o rendimento médio real das pessoas ocupadas aumentou 6,2%, caindo, no entanto, 8,9% de dezembro de 2000 para dezembro de 2001. Considerando a posição na ocupação, de novembro para dezembro do ano passado, cresceu o rendimento dos empregados com e sem carteira de trabalho assinada (6,1% e 7,2%, respectivamente) e dos trabalhadores por conta própria (1,3%). De dezembro de 2000 para dezembro de 2001, as três categorias perderam, apresentando variações de -13,0%, -6,7% e -5,8%, respectivamente.
A análise semestral dos rendimentos mostra que, com a redução da atividade econômica, a perda foi maior no segundo semestre. Segundo os resultados já divulgados, o número de pessoas trabalhando, tanto por setor de atividade quanto por posição na ocupação, teve um desempenho menos favorável no segundo semestre do ano de 2001, em relação ao mesmo período do ano anterior.