Pratini anuncia safra de 100 milhões de toneladas de grãos

26/02/2002 - 18h09

Brasília, 26 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pratini de Moraes, anunciou hoje, o aumento de 2,3% da safra de grãos sobre a produção do ano passado, alcançando um total de 100,5 milhões de toneladas. Também houve a ampliação de 4,9% da área cultivada. As estimativas foram registradas para as culturas de algodão, amendoim, arroz, feijão, milho e soja (primeira safra). Os dados ainda não são conclusivos para a região nordeste e para as colheitas de inverno.

Segundo informou o ministro, o crescimento não foi maior devido à estiagem no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, estados com grande produção de milho e soja. "O que foi compensado, em parte, pelo crescimento de outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Nos últimos dez anos, a produção de grãos brasileira cresceu cerca de 70%, por isso, só há motivos para comemorar", declarou Pratini.

Rebatendo crítica ao volume da safra de grãos brasileira, que é três vezes menor que a dos Estados Unidos, o ministro alegou que esta diferença ocorre porque os americanos utilizam boa parte de sua produção de grãos para ração animal. "No Brasil, não há esta necessidade de grãos, pois o gado brasileiro é alimentado com capim, apresentando qualidade que nos rendeu, no último ano, o aumento de US$ 1 bilhão nas exportações de carnes", explicou Pratini.

Sobre o mercando internacional, o ministro revelou que vai entrar com representação na Organização Mundial de Comércio (OMC) para contestar os subsídios do governo americano para a soja e o algodão e da União Européia para o açúcar. "Hoje os Estados Unidos subsidiam o preço da soja de 20% a 25%, o que atrapalha as possibilidades de exportações brasileiras", afirmou.

O ministro ainda anunciou medidas de apoio à comercialização do arroz para agricultores gaúchos, catarinenses e mato-grossenses. Há também medidas que contemplam os produtores de algodão, principalmente de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, por meio da recompra antecipada da safra. (André Diniz)