Pimenta anuncia saída do Ministério e diz que não concorrerá às eleições

26/02/2002 - 17h14

Brasília, 26 (Agência Brasil - ABr) - O ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, anunciou hoje a sua saída da Pasta para retomar a cadeira de deputado por Minas Gerais. Ele informou que não vai concorrer a nenhum cargo eletivo e trabalhará até o final de seu mandato em projetos em tramitação na Casa, para depois se dedicar a projetos pessoais, entre eles, escrever um livro. "A vida pública é de muito sacrifício. Dediquei 16 anos integralmente à questão pública e agora quero realizar outros projetos", disse Pimenta, que deixará o ministério no final de março.

Quanto ao convite do presidenciável do PSDB, senador José Serra (SP), para articular a campanha, Pimenta informou que conversará nesta semana com o ex-ministro da Saúde para tomar uma decisão. "Se for algo convergente, estou disposto a ajudar", admitiu. Ele adiantou também que não pretende ocupar nenhum cargo público no próximo governo e vai comunicar sua decisão ao presidente Fernando Henrique Cardoso quando este retornar da Europa. Sobre seu sucessor, o ministro respondeu ainda não foi decidido nada.

Pimenta destacou que na sua gestão houve avanço significativo nas Comunicações, citando o crescimento na radiodifusão, com a concessão para o funcionamento de várias emissoras, o que ajudou a reduzir o déficit do setor. Nas telecomunicações, foram disponibilizados à população mais de 50 milhões de telefones fixos, 30 milhões de celulares e mais de 1 milhão de telefones públicos, favorecendo principalmente os mais carentes.

O ministro enfatizou o desenvolvimento da área postal, com a chegada dos Correios a todos os municípios e a criação de quiosques eletrônicos, que deram acesso à Internet a quem não tinha computador. Pimenta disse que sua prioridade nos últimos dias de ministério será discutir as mudanças e divergências no Fundo de Universalização do Setor de Telecomunicações (Fust), cujo projeto está no Congresso. O anteprojeto de radiodifusão, que estabelece mudanças no setor, deverá ser enviado à Casa no próximo governo. (Pablo Ulisses)