Presidente exalta contribuição da Polônia para o Brasil

25/02/2002 - 18h37

Brasília, 25 (Agência Brasil - ABr) - Confira a seguir a íntegra do discurso do presidente da República, em jantar oferecido pelo presidente da República da Polônia, Aleksander Kwasniewski Varsóvia, Polônia.

"Desejo, antes de tudo, agradecer ao presidente Aleksander Kwasniewski a generosa hospitalidde que nos é dispensada, a Ruth e a mim, bem como aos demais membros da comitiva brasileira, nesta visita de Estado à Polônia.

Não é de hoje que admiro o espirito fraterno e franco dos poloneses.

Em minhas idas ao sul do Brasil, sobretudo aos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, tornei-me cativo da fidalguia dos poloneses e descendentes que lá habitam.

A colônia reúne cerca de um milhão e quinhentas mil pessoas, o que faz do Brasil o país com o segundo maior contingente de imigrantes poloneses, depois dos Estados Unidos.

É uma cifra que sempre cito e da qual os brasileiros muito se orgulham, cientes da extraordinária contribuição prestada por esse povo amigo `a formação nacional.

Do teatro às artes plásticas, da agricultura à indústria, para não falar do ensino e da pesquisa, é intensa a participação da comunidade polonesa na vida brasileira.

Venho à Polônia, portanto, com o sentimento de que retorno a uma importante matriz do mosaico étnico que é o Brasil. Isso muito me sensibiliza e também revigora meu desejo de explorar com vossa excelência as possibilidades de ampliação da parceria entre os dois paises.

As condições me parecem as mais propícias para o reforço do diálogo político.

A começar pela convergência no campo dos valores.

Partilhamos a expectativa de uma ordem internacional mais pacífica, simétrica e solidária.

Repudiamos o terror e seus males conexos e defendemos que sejam combatidos mediante a mais ampla concentração de vontades.

Mas não ignoramos a necessidade imperiosa de atender às causas do dogmatismo e da intolerância, em particular o conflito no Oriente Médio, que há muito carece de uma solução justa e definitiva.

Também nos parece urgente um tratamento resoluto das distorções que afetam as finanças e o comércio internacional.

Tenho insistido na questão da volatilidade dos fluxos internacionais de capital, sobretudo os de curto prazo, que tanto ônus já trouxe aos países emergentes.

Não menos prejudicial aos interesses do mundo em desenvolvimento tem sido o recursos continuado aos países afluetnes ao protecionismo comercial, seja sob a forma de subsídios, seja por um amplo leque de barreiras não-tarifárias.

Atuante em Doha, o Brasil continua empenhado em que a Organização Mundial do Comércio, com a participação valiosa da Polônia, estabeleça padrões normativos mais afinados com as necessidades da maioria.

O governo brasileiro acompanha com muito interesse o processo de adesão da Polônia à União Européia.

Vossa excelência sabe que as negociações destinadas a associar o Mercosul e a União Européia já se encontram em pleno curso.

Tenha confiança de que logo estará criada aquela que será a mais extensa zona de livre comércio do globo.

Mais do que isto: estou certo de que alcançaremos um acordo equilibrado, que permita a expansão dos investimentos e do comércio em ambas as direções.

O Brasil muito preza o fato de a Polônia ser desde sempre seu principal parceiro na Europa Central.

E acreditamos que exista um amplo espaço a ser ainda explorado para o adensamento de vínculos.

Basta lembrar a recente operação comercial no campo da aviação civil.

Outras oportunidades de vulto podem ser identificadas, de lado a lado, inclusive em setores de elevado valor agregado.

Para tanto me parece indispensável que as instâncias governamentais e privadas continuem a atuar de mãos dadas.

A comitiva empresarial que me acompanha expressa a determinação do setor privado brasileiro em se fazer presente no mercado polonês, inclusive em parceria com empresas locais.

É também chegado o momento de colocar em contato institutos de pesquisa dos dois países de modo a aprofundr o ainda incipiente mas promissor intercâmbio em ciência e tecnologia.

Não menos alentadoras me parecem ser as perspectivas na área cultural.

Sei da existência em Varsóvia de importantes centros de estudo e difusão da realidde brasileira.
Segunda pátria de muitos poloneses, o Brasil quer se fazer mais conhecido na própia Polônia.
E melhor ocnhecer esse país que tanto contribuiu para o enriquecimento da cultura universal.
Só me resta reiterar a irrestrita confiança que deposito no relacionamento entre o Brasil e a Polônia.

Um relacionamento que tem lastro histórico, mas não se esgota nele.
A parceria que agora se reforça há de produzir resultados à altura da amizade entre nossos povos.

Solicito aos presentes que me acompanhem em um brinde ao futuro da crescente cooperação entre o Brasil e a Polônia, bem como à saúde e felicidade pessoal do presidente Aleksander Kwasniewski e de sua esposa".