Risco de déficit de energia foi reduzido a zero, diz Parente

22/02/2002 - 19h40

Brasília, 22 (Agência Brasil - ABr) - De acordo com o modelo de cálculo probabilístico adotado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o risco de déficit de energia elétrica, que era de 27,1% em abril do ano passado, foi reduzido a zero em 2002 a partir do novo nível de consumo, da hidrologia mais favorável e das medidas adotadas pelo Governo. Para 2003, o risco foi reduzido de 5,3% para 0,3%. A informação foi dada pelo ministro Pedro Parente, presidente da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE), durante a cerimônia de posse do novo Conselho da Câmara Americana de Comércio, em São Paulo. Leia a íntegra do discurso.

Ao reafirmar o total embasamento técnico da decisão sobre o fim do racionamento, o Ministro comentou que "melhor seria que certos 'especialistas' se debruçassem com espírito construtivo sobre esses dados, ou apresentassem os que estão utilizando, ao invés de continuar a alardear a inadequação de decisão tomada".

Pedro Parente assegurou que até julho de 2002 "estarão garantidas as condições para assegurar atratividade e rentabilidade aos investidores do setor elétrico, de um lado, e serviço de boa qualidade a um preço justo para o consumidor, de outro".

Ele também reafirmou a manutenção dos princípios básicos do novo modelo do sistema elétrico: competição na geração e comercialização e regulação na distribuição e transmissão, aliadas ao investimento privado e à existência de um órgão regulador independente.

As reconhecer que o país encontra-se em processo de transição no que diz respeito ao setor elétrico, o ministro destacou: "É preciso que fique claro que o objetivo último de todo o trabalho de correção de imperfeições de introdução de melhorias no modelo regulatório do setor elétrico é justamente o de definir regras claras, transparentes, estáveis e previsíveis".

Lembrando o espírito de comunidade e o trabalho voluntário existente nos Estados Unidos, Pedro Parente disse que "a crise de energia mostrou claramente que também aqui no Brasil a vontade de ajudar o país e de promover o bem comum é imensa e latente.

"Após a consolidação da estabilidade com a rejeição de aumentos abusivos de preços no episódio da desvalorização, em 1999, a sociedade brasileira demonstra mais uma vez seu vigor, criatividade e flexibilidade. Só assim podemos explicar o fato de que o consumo total de energia, em 2001, tenha caído aos níveis de 1997, devido à redução de junho a dezembro - e o PIB (Produto Interno Bruto) ainda cresceu mais de 2% em 2001", concluiu o ministro.