Polônia quer incrementar comércio com o Brasil

22/02/2002 - 16h51

Brasília, 22 (Agência Brasil - ABr) - Após saldar uma dívida de US$ 2,4 bilhões com o Brasil, a Polônia quer incrementar o comércio bilateral com o país, que é hoje de US$ 400 milhões, segundo informações exclusivas, dadas à Radiobrás, pela encarregada de negócios da embaixada polonesa no Brasil, Dorota Ostrowska-Cobas. A Polônia quer principalmente aumentar as vendas de seus produtos para o Brasil, porque, do volume de comércio entre os dois países, apenas US$ 70,41 milhões são de exportações polonesas, enquanto os outros US$ 328,97 milhões foram de vendas brasileiras.

Segundo Ostrowska-Cobas, durante a visita que o presidente Fernando Henrique Cardoso fará ao país, no próximo domingo, será assinado acordo fitossanitário que irá garantir a qualidade dos produtos agropecuários brasileiros, especialmente a carne, principal interesse dos poloneses.
"Certamente é o primeiro passo para aumentar exportações agropecuárias brasileiras", disse Ostrowska-Cobas.

Na próxima segunda-feira (25), empresários brasileiros dos setores siderúrgico e aeronáutico vão participar de um seminário com empresários locais.

Em março, o presidente da Polônia, Aleksander Kwasniewski, virá ao Brasil numa demonstração de que os contatos entre os dois países serão intensificados. O Brasil é hoje o principal parceiro da Polônia na América Latina.

Outro produto brasileiro que interessa aos poloneses são os aviões - só no passado, segundo Ostrowska-Cobas, a empresa polonesa Lot comprou 12 aviões da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). "Os negócios neste setor terão continuidade. Por outro lado, há um grande desafio para ambas as partes e vamos procurar uma forma de aperfeiçoar a cooperação econômica", disse a encarregada de negócios. Em 2000, as importações polonesas de aviões brasileiros foram de US$ 71,6 milhões e em 2001, de US$ 56,8 milhões. A Polônia já começou , neste ano, a importar peças para aviões, no total de US$ 1,5 milhão.

A localização da Polônia, no centro da Europa, determina a abertura do mercado para as relações comerciais globalizadas. O alvo principal é tornar-se membro da União Européia. A economia polonesa está na etapa final de transição de economia estatal para a economia aberta. As empresas privadas respondem pela geração de mais de 70% do produto interno. A dinâmica do desenvolvimento econômico do país está muito vinculada ao processo econômico no mundo. A desaceleração da economia mundial afetou, no ano passado, o crescimento do produto interno polonês. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) polonês cresceu 1%; em 2000, 3,8%; em 1999, 3,9%.