Bush exorta China a ter uma sociedade aberta e livre

22/02/2002 - 19h26

Brasília, 22 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, elogiou hoje o surgimento de "uma China forte, pacífica e próspera", mas exortou os chineses a seguir os princípios da liberdade, inclusive a religiosa, e da tolerância, enquanto o país se abre para a comunidade internacional. Em discurso na Universidade de Tsinghua, em Pequim, e que foi transmitido ao vivo para toda a China, Bush defendeu os valores norte-americanos, afirmando que os Estados Unidos têm muito a oferecer como modelo para o povo chinês. As informações são da CNN.
O presidente evitou fazer críticas explícitas ao sistema político da China, mas afirmou que muitos chineses têm recebido uma visão "enganosa e prejudicial" da América. "Nós somos uma nação livre, onde os homens e as mulheres têm a oportunidade de realizar seus sonhos", acrescentou. "Vocês podem apoiar as políticas do nosso governo ou ficarem livres para discordar delas abertamente".
Enquanto se desenvolve, prosseguiu Bush, é importante que a China expanda as liberdades individuais e políticas a fim de aceitar a diversidade e as opiniões discordantes e para respeitar os direitos. "Aqueles que temem a liberdade argumentam, algumas vezes, que ela poderia levar ao caos - mas não leva", disse. "A vida na América mostra que a liberdade, dentro do respeito à lei, não é para ser temida".
Depois do discurso, Bush respondeu a perguntas dos estudantes, que o pressionaram para explicar a posição norte-americana em relação ao delicado tema de Formosa. O presidente reiterou o compromisso de Washington de ajudar Formosa a se defender, no caso de ser atacada, mas disse esperar que haja uma solução pacífica para a disputa. Bush disse ainda que os EUA apóiam a política de uma só China, tendo Formosa como parte. A declaração foi recebida pela platéia com aplausos.
Antes de visitar a universidade, Bush manteve conversações com Hu Jintao, o dirigente que substituirá o presidente Jiang Zemin ainda neste ano. Ele também se encontrou com o primeiro-ministro Zhu Rongji, buscando garantias de acesso norte-americano ao mercado chinês, agora que a China faz parte da Organização Mundial do Comércio (OMC).