Rio, 12 (Agência Brasil - ABr) - O dólar comercial está cotado a R$ 2,789 para compra e a R$ 2,799 para venda, de acordo com a primeira prévia do dia da Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima). A queda em relação ao fechamento de ontem é de 0,86%. A primeira prévia ainda não traz a cotação da moeda no mercado paralelo, onde ontem encerrou negociada a R$ 2,75 para compra e a R$ 2,80 para venda.
São Paulo, 12 (Agência Brasil - ABr) - O dólar comercial está cotado no mercado de câmbio paulista a R$ 2,80 para compra e R$ 2,804 para venda. No paralelo, vale R$ 2,75 para compra e R$ 2,80 para venda.
São Paulo, 12 (Agência Brasil - ABr) - A Bolsa de Valores de São Paulo opera em alta de 0,15%, com o ibovespa registrando 10.823 pontos. Até às 10h08, foram negociados 355,161 mil títulos, com um volume de R$ 1,234 milhão. Maiores altas: Cemig PN (2,9%), Petrobrás PN (1,7%) e Sabesp ON (1,4%). Maiores baixas: Telemig Part PN (2,2%), Banco do Brasil PN (0,8%) e Tele CL sul PN (0,6%).
Brasília, 12 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Fazenda, Pedro Malan, chegou há pouco, ao Palácio da Alvorada, onde se encontrará com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Rio, 12 (Agência Brasil - ABr) - Duas hidrelétricas serão construídas no Rio Claro, em Goiás, formando o complexo Caçu Barra dos Coqueiros. O grupo Alcan Alumínio Ltda., representado pela corretora Magliano, venceu o leilão realizado há pouco na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro arrematando, pelo preço mínimo de R$ 705 mil, a concessão de duas hidrelétricas a serem construídas no Rio Claro, em Goiás, formando o complexo Caçu Barra dos Coqueiros. Outras sete hidrelétricas serão leiloadas ainda hoje. O diretor geral da Aneel, José Maria Miranda Abdo, acompanha o evento.
Brasília, 12 (Agência Brasil - ABr) - O secretário de Estado de Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro, iniciou há pouco, no 4º andar do Ministério da Justiça, a reunião com representantes de entidades de direitos humanos para decidir as medidas que o governo federal irá adotar a fim de conter a ação do crime organizado no estado do Espírito Santo.
Participam da reunião, entre outros, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Orlando Fantazzinni (PT-SP) e o novo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Celso Fernandez Campilongo.
Crescimento econômico e preservação ambiental
Miguel Krigsner (*)
Na década de 60, no ápice da guerra fria e da corrida armamentista, os movimentos da contra-cultura iniciavam a resistência à política ambiental dos países industrializados. Numa atmosfera dominada por transformações sociais, políticas e comportamentais, a sociedade mundial reivindicava ética, transparência e, principalmente, zelo no trato com a natureza. Grupos ecológicos previam o colapso do planeta diante do desmatamento desenfreado, o acúmulo de detritos sólidos, a emissão de poluentes no ar e o conseqüente envenenamento do ambiente por substâncias tóxicas. Naquela época já se questionava a exploração humana em torno dos recursos naturais. As dúvidas se perpetuaram por três décadas e ainda hoje fomentam os debates atuais sobre o tema, pois como promover o crescimento econômico e manter a preservação da qualidade ambiental?
A preocupação é pertinente, urgente, e fundamental para a sobrevivência e oxigenação do ecossistema e, por conseqüência, esticar a sobrevida da humanidade. Os números da devastação impressionam pelo caráter emergencial da causa. A destruição das florestas tropicais, por exemplo, monopoliza os esforços de ecologistas. Cálculos seguros apontam que elas desaparecem a uma taxa de 32 milhões de hectares por ano. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), anualmente o índice é de aproximadamente 2,15 milhões de hectares. As florestas tropicais ocupam 7% da superfície terrestre, mas acomodam cerca de 40% de todas as formas de vida do planeta. Traduzindo esses dados, são cerca de 15 milhões de espécies de vida animal e vegetal que sofrem com ação humana.
Tanta preocupação é respaldada no gerenciamento da atividade comercial, investimento, e criação de emprego. Esse despertar, que mostrou suas garras há cerca de 40 anos, mantém-se legítimo e sem solução. Diante dos impactos negativos, resultado dos graves problemas ambientais, criaram-se fóruns e conferências para se discutir uma nova consciência verde e politicamente correta. Líderes mundiais incluíram a ecologia em sua agenda e a mídia esparramou a mensagem: "o mundo pede socorro". Foi um período em que o setor produtivo percebeu a intrínseca e perversa relação entre a degradação ambiental com pobreza. Enfim, surgia a proposta de integração entre economia e meio ambiente para conservar as necessidades básicas das futuras gerações através de novos patamares de produção. Tentava-se assim pelo menos garantir as reservas biológicas do planeta.
Começou-se a discutir, na verdade, as formas e o futuro do desenvolvimento. A reflexão em torno da degradação ambiental produziu um único ponto de congruência: do jeito que está não podia ficar. Cabe aos empresários empreender e coordenar uma transformação nas mais diversas maneiras de produzir lucro. Está em nossas mãos o poder de manter a atividade econômica e preservar a natureza, aliados aos valores sociais. É imperativo que se una a questão ambiental ao planejamento estratégico das corporações. Reconhece-se, porém, que o desenvolvimento está atrelado à preservação.
A devastação coloca a nossa sobrevivência no cerne dos debates. Em meio aos interesses que envolvem uma negociação dessa envergadura, cercada por múltiplas facetas, chegou-se à conclusão de que não há como transitar num terreno movido por incertezas. Trata-se de um reconhecimento bilateral, em que ambas as partes concordam que é necessário virar o jogo, numa costura essencial para a saúde do mundo. Nesse mesmo pacote, há que se juntar empresas e responsabilidade social. Vencida as barreiras ideológicas, o que se busca é a formatação de modelo de desenvolvimento, distante das rinhas, críticas ou troca de acusações.
Apesar das diferenças filosóficas e conceituais, os grandes conglomerados econômicos estão cada vez mais comprometidos com a gestão ambiental. Prova disso é que algumas corporações adotaram este tipo de preocupação como missão. Nessa relação já se constatou que a administração socialmente responsável agrega valor aos negócios, produtos e serviços. São atitudes que angariam respeito, competitividade, e funcionam como uma espécie de caixa de ressonância na comunidade. Dentro desse prisma, o mercado consumidor começa a reconhecer uma nova postura das empresas atentas à proteção da natureza. Busca-se, nesse caso, pelo menos minimizar os efeitos devastadores da miséria global, inaceitável sob qualquer ponto de vista. É inadmissível que metade dos 6,2 milhões de habitantes da Terra conviva com US$ 2 por dia. Um terço desse total está na linha de miséria.
Os trágicos e lamentáveis problemas ambientais e suas conseqüências desastrosas na atividade econômica são o ponto de partida para uma profunda reflexão. A sobrevivência das futuras gerações está em nosso poder de transformar a realidade e pelo menos amenizar o quadro caótico produzido pelas mazelas. E não se discute nem contesta a necessidade da globalização dos mercados. Não se trata de filantropia ou assistencialismo: é necessidade. Este sim é o nosso grande desafio. É possível crescer e distribuir renda sem destruir.
(*) Miguel Krigsner é presidente de O Boticário e idealizador da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza
Tubarões já atacaram em todos os estados litorâneos do país
Há registros de ataques das espécies tigre e cabeça-chata, os mais perigosos nas águas tropicais depois do tubarão branco
Brasília, 12 (Agência Brasil – ABr) - A maior parte dos tubarões são carnívoros, mas os registros indicam que só cerca de doze espécies já estiveram envolvidas em ataques a humanos. No Brasil, especificamente, são extensos os registros de aparições dos Carcharhinus leucas, popularmente conhecido como cabeça-chata, e de tubarão tigre. Eles normalmente atacam de baixo para cima com uma mordida muito forte tentando imobilizar a presa de início. Para rasgar os tecidos, uma vez a vítima presa, balançam a cabeça vigorosamente. São espécies que vivem de 25 a 30 anos e estão quase sempre nas proximidades das praias, propiciando o encontro com o homem.
Há quem garanta que esse encontro é perigoso, provavelmente o mais perigoso das águas tropicais depois do tubarão branco, pois as duas espécies comem de tudo, inclusive pessoas. Mas de acordo com o Biólogo Marinho e diretor do Instituto Ecológico Aqualung do Rio de Janeiro, Marcelo Szpilman, eles normalmente mantém uma dieta de peixes, e em 90% dos acidentes há erro de identificação. "Por esse motivo é que eles dão uma mordida no homem e ao perceber o engano se afastam. Isso porque a boca funciona mais ou menos como o tato", explica.
Já para o biólogo e professor da Universidade Santa Cecília (Unisanta), em Santos (SP), Otto Bismarck, essa é uma idéia que foi muito divulgada nos Estados Unidos e "aceitar isso universalmente não é correto". Ele diz que os tubarões "pode sim atacar por engano, mas isso não é muito provável. O que pode acontecer é que com a diminuição das espécies marinhas no nordeste, por exemplo, qualquer coisa que possa enviar um estímulo atraente faz com que o tubarão ataque para experimentar novas possibilidades de alimentos", ressalta Bismarck.
Bismarck afirma ainda que para um animal que está acostumado a detectar sua presa, é complicado dizer que ele se engana tanto assim. "O que podemos dizer é que pelo fato do homem não ser um alimento natural deles, é provável que ao morder, o tubarão não goste e por isso recue. É como se ele soubesse desde o início que era um ser humano, mas na falta de comida quis experimentar e não gostou do sabor", compara ele.
Segundo Szpilman, o grande número de ataques no nordeste brasileiro, especialmente em Pernambuco, se deve principalmente à construção do Porto de Suape, em 1989, ao sul de Recife, resultando em um grave impacto ambiental e num acentuado aumento no tráfego marítimo. "Os tubarões costumam seguir grandes embarcações e navios, atraídos pelos restos de alimentos e dejetos lançados ao mar. Essas embarcações também contribuem para a redução de uma parte da vida marinha, provocando escassez de alimentos. Outro fator é o grande fluxo de surfista nessa região que, além de proporcionar um maior o número de encontros, aumenta a possibilidade de ataques, dificulta a visibilidade dos tubarões ao deixarem a água turva", ressalta Szpilman.
Para Bismarck o nordeste já era uma região de habitat dos tubarões antes da construção do porto. "Diferentemente de outros portos no país, o de Suape destruiu rebanhos de corais, queimou mangue e fechou bocas de rios que chegavam até o mar, ou seja, a destruição da cadeia alimentar foi muito grande propiciando o crescente número de ataques em busca do escasso alimento", analisa ele. O professor também aponta que o sangue ou até mesmo a urina pode atraí-los pelo odor. "O tubarão possui uma bateria sensorial muito apurada localizada na cabeça. O simples balanço das pernas de um surfista sentado na prancha pode ser detectado por suas linhas laterais que captam vibrações como radares", conclui.
A sequência de acidentes, principalmente na praia da Boa Viagem, começou em 1992. "Todos os nossos estados litorâneos já tiveram acidentes com tubarões. No Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, eles são explicados pela densidade demográfica. Na região sudeste e sul, quase todos os ataques ocorreram no verão, pois há maior número de turistas. Mas é difícil estabelecer um padrão, pois a costa brasileira é muito grande", observa Bismarck. De acordo com Szpilman, estatísticas apontam Pernambuco como o segundo estado de maior número de ataques no mundo, sendo o primeiro a Flórida, nos Estados Unidos. Já Bismarck diz que hoje isso não é real e que essa condição foi firmada em 1994. "Para se ter uma idéia, já tivemos mais ataques no Rio de Janeiro do que no Nordeste", lembra ele.
Dados sobre esse assunto, estudos sobre ataques a mergulhadores, entre outros registros, são encontrados no Arquivo Internacional de Ataques do museu da Universidade da Flórida. Para apuração dos fatos, há uma comissão mundial formada por um representante da África do Sul, um da Austrália, um dos Estados Unidos e um do Brasil. "Esses são os países de maior índice de incidentes, sendo que o Brasil está incluído por registrar os ataques mais importantes dos últimos anos", explica Bismarck, que além de ser biólogo, e professor da Universidade, é o representante brasileiro nessa comissão mundial. (Cecília Resende)
Leia também:
http://www.radiobras.gov.br/ct/2000/materia_110800_2.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/2000/materia_110800_3.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/2000/materia_110800_4.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/2000/materia_151200_4.htm
Odontologia de Bauru estuda medidas terapêuticas e preventivas da doença da cárie
A falta de informação dos pais pode ser a responsável pelo aumento do número da cárie nos filhos
Brasília, 12 (Agência Brasil – ABr) - Atitudes como soprar a papinha para esfriar, beijar na boca do bebê, sociabilizar a escova de dente, ou até mesmo conversar muito próximo da criança levam à transmissão dos microorganismos da cárie (estreptococos do grupo mutans). Ao nascer, a flora bucal do ser humano não possui bactérias cariogênicas, e quanto mais cedo esse contágio ocorrer, mais cáries a criança desenvolverá, dependendo também da suscetibilidade para a doença e do tipo da alimentação.
A cárie dentária é uma doença dos tecidos calcificados dos dentes, que se caracteriza pela desmineralização da porção inorgânica e pela destruição da substância orgânica do dente. "As bactérias (microorganismos que vivem na nossa boca), se fixam nos dentes formando uma película muito fina que chamamos de placa bacteriana. As bactérias que formam essa placa alimentam-se principalmente do açúcar que ingerimos com os alimentos e quando não são removidas por meio da escovação e do uso do fio dental, se desenvolvem bastante. Como resultado da metabolização (digestão) do açúcar, a placa bacteriana produz ácidos que destroem o esmalte dos dentes", explica o professor da Faculdade de Odontologia da Universidade de Brasília (UnB), Orlando Airton.
O que se deve fazer é o possível e o impossível para eliminar a atividade das bactérias. "Sempre haverá bactérias na boca, mas é fundamental mantê-las em baixo número para evitar a cárie", aconselham alguns pesquisadores, que também indicam o hábito de mascar chicletes sem açúcar para aumentar o fluxo salivar, eliminando os efeitos dos ácidos liberados pelas bactérias. Além disso, os minerais que formam os dentes estão presentes na saliva e, com maior produção, há maiores chances de o esmalte tornar-se resistente à ação dos ácidos.
Diante do crescimento do número de crianças que apresentam a doença e do conhecimento de que esse contágio da mãe para o filho é um dos responsáveis pela cárie, a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), da Universidade de São Paulo (USP) pesquisa medidas preventivas para as mães diminuírem as bactérias na boca, além de determinarem o momento da infecção nas crianças. "A transmissão depende do grau de infecção do doador, da freqüência do contato, e da resistência da criança", explica uma das colaboradoras do projeto, professora e odontopediatra Salete Moura Bonifácio da Silva.
O trabalho então surgiu em outubro de 2001 a partir das idéias do americano Walter Loesh, especialista em microbiologia oral. "A idéia não vingou nos Estados Unidos porque não encontraram mães "milionárias", ou seja, que possuem em torno de um milhão de estreptococos por mililitro de saliva", ressalta Salete. A proposta era fazer um trabalho de observação com as mães milionárias, consequentemente com alto poder de transmissão; que fossem primíparas (mães de primeira viagem); e também a principal cuidadora do bebê, não trabalhando fora de casa.
Assim, o projeto veio para o Brasil sob a direção do professor da Universidade de Pittsburgh, o brasileiro Walter Bretz, e pela microbiologista e professora da USP, Odila Pereira, e a coordenação dos professores Salete Moura e Aymar Pavarini. "O trabalho é extenso e caro, e por isso foi feito um convênio, no qual a USP oferece as instalações físicas e a compra de matérias permanentes e o restante é pago por uma bolsa do Instituto Nacional de Pesquisa de Cárie Dentária dos Estados Unidos", conta Salete.
Esse financiamento, entre outras coisas, custeia dois dentistas, um técnico e uma secretária que foram contratados para fazer o tratamento, a análise e os exames microbiológicos da saliva das transmissoras. Também paga as mães que participam do projeto e são divididas em dois grupos. As pacientes do grupo 1, recebem aplicação de flúor nos dentes, prescrição de uso de chicletes com xilitol, e dependendo do nível de bactérias cariogênicas, um verniz à base de clorexidina. As mães do grupo 2 recebem o tratamento odontológico tradicional e apenas substâncias placebo (medicamento inerte utilizado em trabalhos de pesquisas) no lugar do chiclete e do verniz.
Além do Brasil, cientistas da Holanda, Inglaterra e Suécia vêm investindo no assunto. Segundo a revista on-line Ciência Hoje, do último dia 4, foi publicado um artigo na Nature Biotechnology informando que bactérias encontradas na boca e intestino – os lactobacilos – podem ajudar a combater a cárie se modificadas geneticamente. Esses estudiosos introduziram fragmentos do gene do camundongo, que se liga à molécula da membrana bacteriana e impede a adesão do microrganismo ao dente.
Esse trabalho está ainda em fase de pesquisa, até porque não foi testado em seres humanos, porque existem regulamentações que precisam ser consideradas antes que isso seja feito. Já a pesquisa da FOB está em processo de teste em pessoas, mas, segundo Salete, ainda não há dados conclusivos. "Hoje fazemos um trabalho científico. Futuramente, se esses métodos de prevenção forem eficazes, haverá uma utilidade prática, até porque a aplicação dessas substâncias são muito simples", ressalta Salete. (Cecília Resende)
Leia também:
http://www.radiobras.gov.br/ct/1999/materia_190399_1.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/1999/materia_190399_2.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/1999/materia_190399_3.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/1999/materia_190399_4.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/1999/materia_110699_1.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/2000/materia_120500_1.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/2000/materia_120500_2.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/2000/materia_120500_3.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/2000/materia_010900_1.htm
Nanotecnologia exige a integração entre diversas áreas da ciência
Ela obriga que os profissionais tenham interesses por outras áreas de conhecimento e trabalhem em grupos multidisciplinares
Brasília, 12 (Agência Brasil - ABr) – É necessário conhecer a configuração das ligações dos átomos para conhecer cada substância e assim, criar novos materiais. Mas como é possível conhecer algo tão pequeno, que o olho humano não tem capacidade de enxergar diretamente? Justamente por não podemos ver as configurações atômicas a olho nu, é necessário desenvolver métodos que permitam "olhar" esse universo microscópico. Nesse caso, as simulações computacionais permitem entender como os átomos se ligam. Compreender esses liames é muito importante para uma nova área da ciência, a nanotecnologia. Um dos seus objetivos é manipular átomos em escalas muito reduzidas, no caso, as escalas nanométricas ou atômicas, de 10-9 metros.
Segundo o pesquisador João Francisco Justo Filho, do Laboratório de Microeletrônica (LME) do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos (PSI), da Escola Politécnica (Poli), da USP, a nanotecnologia tem caráter multidisciplinar, já que é possível a sua aplicação em outras áreas do conhecimento, pois todas as substâncias são formadas por moléculas. Por exemplo, a nanotecnologia pode envolver a biologia, manipulando as moléculas que compõem determinado medicamento. Por causa da multidisciplinaridade, é necessário hoje um biólogo saber mais física do que há trinta anos, ou possível que engenheiros comecem a manipular DNA na tentativa de fabricar um transístor.
Ainda segundo Justo Filho, o marco inicial da nanoletrônica foi em 1985, com a descoberta das bolas de carbono. Estas são compostas por 60 átomos dispostos de tal maneira que seu formato parece com uma bola de futebol. Este formato é o mais estável, pois a natureza tende a se configurar nos estados que requerem menos energia.
Mas é necessário que as descobertas da nanotecnologia sejam mais do que conhecidas e entendidas, elas precisam ser reproduzíveis. Só por meio da reprodução em laboratório é que as descobertas têm utilidade à ciência dos materiais, especializada em desenvolver materiais adequados às mais diversas necessidades. Por exemplo, o material que compõe a turbina de um avião precisa ser resistente a variações de temperatura, pois em elevadas altitudes, a temperatura é baixa enquanto o dispositivo se torna mais quente. Se o material não for resistente, ele trinca, como um copo quente que entra em contato com a pia gelada. Por fim, é necessário que a reprodução dos materiais seja economicamente viável para que possa chegar ao consumidor, ou seja, o material da turbina não pode encarecer o custo total do avião. (AUN/USP)
Leia também:
http://www.radiobras.gov.br/ct/2002/materia_140602_1.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/2002/materia_140602_2.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/2002/materia_140602_3.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/2002/materia_140602_4.htm
http://www.radiobras.gov.br/ct/2002/materia_140602_5.htm
Desuniformidade de fertilizantes desequilibra a produtividade agrícola
Em 30 anos a aplicação desses produtos quadriplicou nas 16 principais culturais cultivadas no país
Brasília, 12 (Agência Brasil - ABr) - No intuito de aumentar a produtividade agrícola, cada vez mais os agricultores têm recorrido ao uso de fertilizantes em suas lavouras. Desde 1970, quando foi implantado o Programa Nacional de Fertilizantes de Calcário (PNFCA), a aplicação desses produtos nas 16 principais culturas brasileiras praticamente quadruplicou. Os fertilizantes minerais podem ser encontrados em quatro diferentes formas: granulados, misturas de grânulos, pó ou farelados. Por seu menor custo e versatilidade, a utilização da mistura de grânulos tem aumentado nos últimos tempos. Entretanto, a forma como é comercializada, em big bags, sacos com capacidade para mil quilos, gera diferenças na uniformidade do produto, o que pode acarretar problemas no momento de aplicação no campo.
Este é o assunto sobre o qual trata a tese de doutorado de Fernando José Pereira de Campo Carvalho, apresentada recentemente à Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), orientada pelo professor Gil Anderi da Silva, do Departamento de Engenharia Química.
Por meio de uma análise feita utilizando dois tipos de potássio com diâmetros médios diferentes, o estudo trata de métodos de amostragens para a avaliação do problema. A técnica desenvolvida é aplicada em dois momentos diferentes: após o ensaque do material e, posteriormente, durante a aplicação no campo.
No primeiro momento, a amostragem é feita por zonas dentro do big bag, por meio de uma sonda inserida verticalmente que recolhe amostras dividindo-as em quatro faixas de 20 cm de altura cada, nas quais são analisadas as proporções de cada nutriente. No campo, são coletados fertilizantes despejados em parcelas de cinco metros de linha nos dois bicos externos da adubadora, nas distâncias de 500, 1500, 2500, 3500 e 4500 metros.
Como conclusão do estudo, que se utilizou de produtos oferecidos por sete empresas diferentes, obteve-se uma grande variação na composição química dos big bags, e também nas amostras coletadas durante a aplicação no campo. Isso reforça as dificuldades de oferecimento dos fertilizantes em big bags, que pode comprometer a produtividade da lavoura.
Além disso, Fernando detectou também uma clara diferença entre os produtos oferecidos pelas diversas empresas, deixando evidente a importância do estudo para o aumento da produtividade e melhor aplicação da utilização das misturas granuladas minerais como fertilizantes agrícolas. (AUN/USP)
Brasília, 12 (Agência Brasil - ABr) - O presidente em exercício do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Ronaldo Lopes Leal, afirmou que com a criação da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (EMT), que deverá entrar em funcionamento em 2003, será possível verificar quem, efetivamente, tem vocação para juiz. "Há muito tempo temos um sistema absurdo: jovens que entram na magistratura porque sabem fazer concurso e não porque efetivamente são pessoas adequadas para ser juiz", constatou.
Para ele, se a escola for pré-requisito para o desempenho da magistratura, será possível avaliar a vocação dos alunos para o trabalho. "É possível que o concursado seja um bom advogado, um excelente administrador mas não tenha vocação para ser um juiz de verdade. Com a escola teremos meios de aferir essa vocação, e distinguir um sujeito bom de concurso de um verdadeiro magistrado", concluiu o ministro Ronaldo Lopes Leal.
IDM
Brasília, 12 (Agência Brasil - ABr) - Os estados e municípios com regimes próprios de previdência têm, até o final deste mês, para enviar à Previdência Social, o Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial (DRAA) deste ano. Trata-se de um resumo da avaliação atuarial e permite ao Ministério da Previdência saber qual a situação do regime. As informações possibilitam, por exemplo, verificar se as alíquotas aplicadas permitirão ao sistema cumprir as obrigações futuras, como o pagamento de benefícios. Também é possível saber se o regime é deficitário ou não.
O documento deve conter, entre outras informações, o método de financiamento do regime, o plano de custeio com as alíquotas de equilíbrio definidas na avaliação atuarial, a projeção e o parecer assinado pelo atuário.
O formulário deve ser preenchido e enviado pela Internet (www.previdenciasocial.gov.br) à Previdência Social. Basta clicar no link "Previdência no serviço público", depois em "Demonstrativos" e, finalmente, em "Demonstrativo de resultados da avaliação atuarial". Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (61) 317-5776 ou pelo fax (61) 317-5555.
Os estados e municípios que não enviarem os documentos não poderão receber o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) e, automaticamente, estarão impedidos de receber recursos do Governo Federal e de celebrar convênios com organismos nacionais ou internacionais, entre outras punições.
Atualmente, 3,6 dos 5,5 mil municípios possuem regimes próprios de previdência, mas, até agora, apenas 364 enviaram o demonstrativo. Entre os estados, oito já encaminharam o documento.