Seminário discute a política externa do Brasil para o século XXI

13/08/2002 - 20h07

Brasília, 13 (Agência Brasil - ABr) - Independentemente do presidente eleito que venha assumir o cargo a partir de 1º de janeiro, o Brasil terá de promover, nos próximos quatro anos, ações efetivas para consolidar o Mercosul e integrar os países do Pacto Andino, a fim de que a América do Sul tenha condições de discutir sua integração na Área de Livre Comércio
das Américas (Alca) em condições melhores do que as impostas pelos Estasdos Unidos. A afirmação foi feita hoje pelo cientista político Hélio Jaguaribe, no seminário Política Externa do Brasil para o Século XXI, que acontece na Câmara dos Deputados.

O ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Itamar Franco também considera fundamental que o próximo presidente, em parceria com todos os partidos representados no Congresso Nacional, estabeleça compromissos em torno de metas básicas a serem cumpridas pelo próximo governo. A seu ver, este é princípio essencial para que o Brasil garanta o crescimento econômico necessário à discussão da sua inserção no mundo globalizado.

Qualquer discussão em torno da Alca só deve ocorrer, na visão do cientista, depois que o governo norte-americano convencer o parlamento de seu país a quebrar as atuais barreiras econômicas que subsidiam determinados setores. Jaguaribe também destacou a necessidade de o próximo governo enfatizar a "criação de sistemas internacionais de apoio", que significam maior parceria comercial com países emergentes como China, Rússia e a Índia.

O seminário foi aberto nesta terça-feira, pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer. À tarde, o tema em debate foi a "Reconfiguração da Ordem Mundial no Início do Século XXI". Entre os assuntos discutidos pelos conferencistas Hélio Jaguaribe, Oliveiro Ferreira e Luís Fernandes destacam-se o impacto dos atentados de 11 de setembro de 2001 e a
evolução das relações internacionais, a unipolaridade e processos de multipolarização na evolução do sistema internacional após o fim da guerra fria, e perspectivas e impasses do multilateralismo na nova ordem mundial.