SC combate caramujo gigante africano

20/11/2002 - 8h36

Florianópolis, 20/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - Santa Catarina se mobiliza para combater o caramujo gigante africano (Achatine fulica) que já infestou pelo menos 14 cidades. A Secretaria estadual da Saúde disponibilizará três caminhões de lixo incineradores e material educativo para ser distribuído à população, alertando sobre os riscos e formas de eliminar o molusco, e também promoverá a capacitação dos técnicos municipais para a identificação do caramujo, cuja reprodução descontrolada provoca desequilíbrio no meio ambiente. A espécie não possui um predador natural no Brasil.

Além de devastar as plantações e contaminar os alimentos, o caramujo é hospedeiro de um verme que pode ser transmitido ao homem, provocando perfuração das paredes do intestino, necrose e hemorragias fatais, ou ainda inflamação das meninges. A estratégia a ser usada inclui catação manual e queima em massa. Segundo o coordenador estadual de Saúde Pública, Guilherme Farias Cunha, as pessoas devem evitar o contato com o molusco e acionar a Vigilância Ambiental para que os técnicos façam a coleta.

O caramujo gigante africano mede de 10 a 15 centímetros, tem a concha alongada e rajada de bege e marrom. Foi introduzido no País por criadores do "escargot" francês, que buscavam uma alternativa mais econômica de produção. Mas a espécie não é comestível e ao ser descartada na natureza acabou se transformando numa praga. Somente no município de Bombinhas, no litoral norte catarinense, já foram recolhidos mais de 50 mil caramujos. "O problema é encontrado em 11 estados litorâneos do País e até mesmo nos Estados Unidos, onde foi proibida a importação do animal", destacou Farias Cunha.