Bush conclama Otan a ajudar a ''desarmar o Iraque''

20/11/2002 - 9h39

Brasília, 20/11/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, conclamou hoje, em Praga (República Tcheca), onde participará de reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), os parceiros da aliança militar ocidental a aderir à "coalizão da vontade" de desarmar o Iraque. Bush deu uma entrevista ao lado do presidente tcheco, Vaclav Havel, anfitrião da reunião que abrirá as portas da Otan a sete países do Leste Europeu. As informações são da CNN.

A expectativa é de que as discussões em Praga, que acontecem amanhã (21) e sexta-feira, sejam dominadas pela retomada das inspeções de armas das Nações Unidas no Iraque e a resposta do presidente Saddam Hussein ao trabalho dos técnicos. Bush afirmou que os aliados dos Estados Unidos poderiam escolher se querem participar de qualquer ação militar a ser lançada contra o Iraque no caso de Saddam se recusar a entregar suas alegadas armas de destruição em massa. "A questão é essa e haverá muita discussão com nossos amigos", disse.

O presidente norte-americano reiterou que vai liderar, se as inspeções da ONU fracassarem, uma "coalizão com a vontade de desarmar Saddam". "E, claro, espero que nossos amigos da Otan se juntem a nós", acrescentou. Ainda assim, Bush salientou que a guerra seria sua "última opção".

Havel, de sua parte, disse preferir que Saddam se desarme por meios pacíficos. "Mas, se surgir a necessidade do uso da força, acredito que a Otan deverá considerar rápida e honestamente seu compromisso como aliança", concluiu o presidente checo.

Bush também sugeriu modificações na ideologia da Otan, de modo que a aliança inicialmente formada para enfrentar o Pacto de Varsóvia agora passe a mirar na ameaça do terrorismo. "O inimigo não é a Rússia", sustentou. "O inimigo são os terroristas globais que odeiam a liberdade".

Durante os dois dias de reuniões, os líderes da Otan e seus parceiros debaterão, entre outros temas, o futuro da aliança, que convidará Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia e Eslovênia a se juntar ao grupo. Bush é um defensor firme da expansão da aliança, em parte porque muitos dos novos membros têm sido aliados de expressão na guerra contra o terrorismo e já manifestaram disposição em ceder bases de apoio para os aviões norte-americanos no caso de um confronto com o Iraque.