Brasília, 20/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - A TV Executiva realizou, hoje, teleconferência sobre o Dia Nacional da Consciência Negra – Reconhecer e Valorizar a Diversidade, que discutiu sugestões para uma política pública de melhoria de qualidade de ensino médio, de inclusão social e de combate à discriminação.

A teleconferência, mediada pela jornalista Leda Nagle, faz parte do programa Diversidade na Universidade, que tem como objetivo melhorar as condições e oportunidades de ingresso e permanência no ensino superior para jovens e adultos das populações socialmente desfavorecidas, como negros e índios.

Segundo Maria de Lurdes Siqueira, da Fundação Palmares, o programa busca tornar a educação mais próxima da realidade das populações negras. "Entre as ações, estão formação de professores negros e modificação dos currículos, sempre repensando nos conteúdos da educação, além de perceber o contexto do aluno negro na escola".Para ela, a escola é considerada um dos aparelhos ideológicos de estado mais fortes. "Na escola são tratadas questões pendentes na sociedade, é dentro dela que estão os preconceitos, as desigualdades, as exclusões e o despreparo para lidar com as diferenças", observou Maria de Lurdes, destacando a necessidade de preparo dos professores do ensino fundamental em relação às diferenças, porque é nessa faixa etária que as crianças mais absorvem as críticas. "Uma criança ser negra não significa que ela seja inferior ou pobre ou uma razão para ela ser desprezada. A auto-estima dessa criança será mais desenvolvida com um professor melhor preparado".

O programa Diversidade na Universidade é organizado por quatro componentes: desenvolvimento de estudos e pesquisas para a formulação de uma política de inclusão social, fortalecimento institucional, apoio a projetos inovadores de cursos e comunicação social. O programa, com duração de três anos, será financiado com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - US$ 5 milhões - e do Tesouro Nacional - US$ 4 milhões.