Ventos ameaçam empurrar toneladas de óleo para a costa da Espanha

20/11/2002 - 10h52

Brasília, 20/11/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - Os espanhóis acompanham com ansiedade hoje a movimentação dos ventos, que ameaçam empurrar para a costa do país toneladas de óleo do petroleiro Prestige, que se partiu ontem (19) em dois pedaços e afundou no Oceano Atlântico. Ecologistas alertaram que o navio poderá se tornar uma bomba-relógio ambiental, uma vez que levou para o fundo do mar cerca de 65 mil toneladas de petróleo – o dobro do volume derramado pelo Exxon Valdez na costa do Alasca, em 1989. As informações são da CNN.

O Prestige, que já havia liberado no mar cerca de 10.000 toneladas de combustível ao ficar à deriva, há uma semana, encontra-se a 3.600 metros de profundidade. Acredita-se que quantidade igual de óleo tenha vazado após o afundamento da embarcação. Alguns especialistas expressaram confiança em que o combustível nos tanques do navio se endureça por causa da gélida temperatura submarina e da pressão do fundo do oceano.

Equipes de ecologistas correm contra o tempo para salvar aves marinhas cobertas de petróleo. Um centro de resgate montado em La Coruña, capital da região da Galícia, conta com a ajuda de voluntários e de técnicos do mundo inteiro, que limpam cuidadosamente as penas dos animais. Ainda assim, é possível que o impacto do acidente com o Prestige em uma das áreas de pesca mais ricas do mundo, famosa por suas lagostas, seja sentido por uma década.

A previsão da meteorologia indica que ventos procedentes do Oeste deverão empurrar o óleo espalhado na água para a costa galega, onde as autoridades espalharam 28 quilômetros de barreiras infláveis para tentar conter o produto. O governo espanhol avaliou que pelo menos 4.000 pescadores e outras 28 mil pessoas que atuam em atividades correlatas ficarão temporariamente sem trabalho.

Em Madri, o governo prometeu isenção fiscal e indenização para os moradores afetados pelo acidente. A indústria de pesca rende US$ 330 milhões por ano à Galícia. As autoridades estimaram em US$ 100 milhões, no mínimo, os prejuízos já causados pela tragédia ambiental.