Primeira fase do programa de desmatamento zero na Amazônia sai até o fim do ano

11/07/2009 - 14h09

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aimplantação do programa para zerar o desmatamento causado pela pecuária na Amazônia custará ao governo cerca de R$ 1 milhão, na primeira etapa. Segundo o ministro daAgricultura, Reinhold Stephanes, o programa deve levar mais seismeses para entrar em vigor e começar a funcionar no sul do Pará. A região concentra grande parte dosfrigoríficos do estado, que foi afetado com o embargo feitopor três grandes redes de supermercados – Pão de Açúcar,Carrefour e Wal-Mart – no mês passado.

Antes,serão investidos de R$ 500 mil a R$ 600 mil em tecnologia parauso de guias eletrônicas de trânsito animal. Esseinstrumento de fiscalização – exigido para a retiradados animais da propriedade – facilitará o rastreamento daorigem do gado.

Alémdesses recursos, mais R$ 500 mil serão gastos com ogeorreferenciamento das 12 mil propriedades rurais da região,que ocupam uma área de aproximadamente 150 mil quilômetrosquadrados, equivalente a todo o território do Ceará. O georreferenciamento fará com que alocalização das propriedades seja reconhecida por umsistema de referência e será feito em um únicoponto da fazenda. Isso torna possível a conclusão dotrabalho em 90 dias depois e a um valor bem menor.

Todos oscustos serão do governo, restando aos proprietáriosrurais, na primeira fase, fazer o cadastro com informaçõesde todo o rebanho. “Depois, basta fazer o monitoramento porsatélite semestralmente e verificar se foi derrubada algumaárvore”, afirmou Stephanes.

Essetrabalho será feito pela Embrapa Monitoramento porSatélite, a mesma unidade da Empresa Brasileira de PesquisasAgropecuárias responsável pelo georreferenciamento das obras doPrograma de Aceleração do Crescimento (PAC). Essa éa parte mais cara e deve custar, anualmente, R$ 2,5 milhões.

Inicialmente esse custo deve ser bancado pelo governo, comparticipação do Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES). Mas, o objetivo do ministério é que nos anos seguintes osgastos sejam divididos com produtores e frigoríficos. O finalidade, segundo Stephanes, é que o sistema de rastreamentoseja implantado, posteriormente, em todo o Pará.