Liberação de financiamentos para projetos culturais não será interrompida

07/05/2003 - 22h46

Rio, 7/5/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro interino da Cultura, Juca Ferreira garantiu hoje que não será interrompida a liberação de financiamentos para projetos culturais. Ele disse que serão criados mecanismos de transição para avaliar os projetos até que a política cultural do governo seja definida. Juca Ferreira lembrou que entre os aspectos positivos já existentes está a retomada do cinema brasileiro, que teve como base o financiamento por meio de renúncia fiscal. "Empresas como a Eletrobrás e BR Distribuidora deram uma constribuição enorme para a retomada do cinema. Seria um absurdo que a gente interrompesse esse processo. Então a gente vai consertar o avião em pleno vôo", disse. O ministro interino da Cultura disse que em 2003 deve repetir o mesmo volume definido no ano passado para financiamentos por meio de renúncia fiscal, que foi de R$ 300 milhões.

Representantes da classe artística saíram satisfeitos da reunião com o ministro interino e com o presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, na sede da empresa, no centro do Rio."É uma decisão muito importante porque está havendo um vácuo. A partir de agora possivelmente ele será eliminado", afirmou o cineasta Luiz Carlos Barreto.

O ator Marco Nanini destacou que é necessário que profissionais, "que põem a mão na massa", e não apenas os de maior projeção também participem das discussões para a elaboração da política cultural do governo. Para a atriz Marieta Severo "todo mundo saiu fortalecido" dos encontros de representantes do governo e da classe artística na discussão dos financiamentos para a área cultural. "Acho muito sintomático, como sinal dos novos tempos, a agilidade que esse governo teve, porque é democrático, em no dia seguinte à crise colocar dois ministros para conversar com a classe artística", considerou a atriz.

Também participaram do encontro Paula Barreto, Murilo Sales e Assunção Hernandes.

O presidente da Eletrobrás garantiu que nunca foi intenção da empresa interferir nos projetos culturais que buscam financiamento. "Nunca quisemos o intervencionismo. Tudo que estamos ouvindo será incorporado dentro de um consenso. O objetivo é o mesmo. Queremos a inclusão social. Queremos a obra de arte para um número maior de pessoas e queremos também qualidade".

Pinguelli Rosa disse que o grande segredo agora será colocar uma parcela de recursos para diversas atividades culturais, com critérios que não sejam políticos, partidários e nem de influência pessoal.

A Eletrobrás já liberou este ano R$ 5 milhões para projetos culturais, em contratos firmados no ano passado, quando a empresa investiu R$ 18 milhões. A empresa Furnas Centrais Elétricas está analisando 70 projetos culturais.