Nove mil empreendimentos de economia solidária terão produtos certificados até 2015

27/05/2013 - 21h50

Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Entre os anos de 2011 e 2012 mais de 5 mil empreendimentos econômicos solidários foram beneficiados com ações desenvolvidas pelo governo federal para o fortalecimento do comércio justo e solidário no país. Até 2015, nove mil empreendimentos terão os produtos e serviços certificados no sistema.

As informações são do ministro de Trabalho e Emprego, Manoel Dias, que abriu hoje (27) na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a 1ª Semana Mundial do Comércio Justo e Solidário. “Dessa forma estamos fomentando o comércio justo no Brasil, compreendendo que se trata de uma relação comercial baseada no diálogo, na transparência e no respeito, que contribui para o desenvolvimento sustentável”, disse.

Segundo o ministro, com o encontro, a ideia do governo é apoiar ainda mais o crescimento da participação dos pequenos produtores brasileiros nos mercados de comércio justo já consolidados internacionalmente e fortalecer a constituição de mercados internos para os seus produtos e serviços. “É preciso apoiar e avançar na construção de relações comerciais justas e solidárias para se contrapor à racionalidade atual do capitalismo que tem gerado crises globais de múltiplas dimensões, econômicas, ecológicas e sociais e que colocam em risco a humanidade.

Para Manoel Dias, mesmo com tantos avanços ocorridos no Brasil ainda há desafios para enfrentar, por isso, o ministério participa do processo de promoção das iniciativas de trabalho baseado na economia solidária. O ministro avaliou que a economia solidária brasileira está em um momento desafiante e animador. “O sistema brasileiro é a primeira experiência, no mundo, de comércio justo e solidário reconhecido e fomentado pelo estado. Trata-se de um importante instrumento para reconhecimento que os produtos e serviços comercializados pelos empreendimentos econômicos e solidários diferenciados na sua origem. O fundamental é que este reconhecimento resulte na promoção de condições dignas de trabalho e remuneração”, ressaltou.

O secretário nacional de Economia Solidária do Ministério de Trabalho e Emprego, Paul Singer, participou da abertura do evento. Ele que o comércio justo e a economia solidária são irmãos gêmeos. Singer também falou sobre as crises que nas últimas décadas atingem os países, antes na América Latina e atualmente na Europa. Segundo o secretário, os tabalhadores são as maiores vítimas.

“As vítimas dessas crises são totalmente inocentes. São as pessoas que perdem o emprego subitamente sem ter feito nada para isso. Perdem sua casa, por que sem salário, não conseguem manter o aluguel e pagamento das prestações. As vezes perdem tudo na vida, por que não têm mais idade para conseguir outro emprego e em vez de se desesperar e se suicidar, essas pessoas aprenderam a se unir e juntas batalhar por uma volta à sociedade, à economia e à dignidade humana. Economia solidária e comércio justo são formas de possibilitar que as vítimas de crises consigam pelo seu próprio esforço coletivo superar a exclusão social”, disse.

No encontro, organizado pela secretaria, pela Plataforma Brasileira de Comércio Justo (Faces do Brasil) e pela World Fair Trade Organization, entidade mundial presente em 75 países, o ministro assinou um convênio de R$ 1,2 milhão para projetos de economia solidária que vão favorecer 3 mil empreendimentos econômicos solidários ligados ao comércio justo.

O prefeito Eduardo Paes declarou que durante esta semana o Rio de Janeiro é capital mundial do comércio justo e solidário. Pela primeira a capital fluminense sedia o encontro.

 

Edição: Aécio Amado

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